5.1 C
Arcos de Valdevez Municipality
Quarta-feira, Dezembro 11, 2024
Início50 anos do 25 de AbrilHomenagem aos ex-combatentes de Prozelo

Homenagem aos ex-combatentes de Prozelo

Date:

Relacionadas

LIADTEC – Lithium Advenced Technology adquire fábrica da ACCO Brands

A ACCO Brands, fábrica recém-encerrada no parque empresarial de...

Estado do Concelho discutido na Assembleia Municipal

Na Assembleia Municipal (AM) de 29 de novembro, os...

Emigração de licenciados

Em meados da década de 70 desloquei-me à Finlândia...
spot_imgspot_img

Nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Junta de Prozelo assinalou a efeméride com um programa de iniciativas, tendo como pontos altos a inauguração de um memorial aos antigos combatentes, a condecoração de dois ex-soldados na Guerra do Ultramar e a abertura da exposição “Memórias de combate”.

Depois de celebrada missa na igreja paroquial para homenagear os ex-combatentes de Prozelo, a comitiva rumou ao cemitério da freguesia, onde foi depositada uma coroa de flores no jazigo do militar Severino de Brito Guerra tombado em combate na Guiné-Bissau a 3 de janeiro de 1968, com apenas 22 anos e 11 meses, momento de emoção incontida para a irmã Maria Conceição de Brito Guerra e o cunhado Delfim Pedreira.

Posteriormente, procedeu-se à inauguração no Largo do Coucieiro de um memorial, escultura que, a partir de agora, passa a evocar a participação dos combatentes prozelenses na guerra colonial, alguns dos quais perfilados nesta emotiva cerimónia. O elemento escultórico, com a legenda “À memória dos combatentes de Prozelo na Guerra do Ultramar”, retrata um militar armado nesse período histórico e representa, sem nomear, todos os soldados que arriscaram a vida pela pátria. 

Uma vez inaugurada a escultura evocativa dos antigos combatentes nas ex-colónias, com deposição de uma coroa de flores junto ao memorial, na presença de uma coluna de militares (do Regimento de Cavalaria 6), assim como de numeroso público, procedeu-se, de seguida, ao desfiar dos tradicionais discursos da praxe, momento a que se seguiu uma cerimónia militar de homenagem aos mortos sacrificados pelo País, com uma guarda de honra a prestar continência ao tenente-coronel Américo Costa Pereira, tendo por perto representantes dos Núcleos dos Combatentes de Valença, Monção e Ponte de Lima.

 

“Homenagear os antepassados é assegurar o futuro”

Lembrando “as vítimas de um regime ditatorial opressivo e desumano”, o presidente da Junta de Prozelo sublinhou que “inúmeros foram os ‘filhos da nossa Terra’ que combateram nas ex-colónias sem perceberem a razão de tal desígnio ou o porquê de tão má sorte”.

“Homenagear os nossos antepassados é assegurar o nosso próprio futuro. Evocar aqueles que lutaram por nós, que deram a própria vida, que deixaram para trás familiares, em sofrimento e em ansiedade, pelas notícias e pelo seu regresso, é não só uma obrigação, mas também uma responsabilidade de uma sociedade que não pode – e não deve – fazer cair no esquecimento o sofrimento e a dedicação dos seus antepassados”, defendeu César Pinto.

Em representação da Liga dos Combatentes, Manuel Oliveira Carvalho transmitiu a mensagem que o presidente da Liga dos Combatentes o incumbiu de difundir nesta cerimónia. “O general Joaquim Chito Rodrigues felicita a Junta de Prozelo pela inauguração do monumento aos combatentes da freguesia a lembrar-nos uma inevitabilidade histórica, um dever moral e um imperativo cultural pelo tanto que deram ao País os combatentes desta freguesia, pelo muito que perderam, sofreram e fizeram sofrer familiares e amigos”.

 

Condecorados dois prozelenses com Medalha Comemorativa das Campanhas

No alinhamento seguinte, na sede da Junta de Freguesia de Prozelo, foram condecorados com Medalha Comemorativa das Campanhas (atribuição das Forças Armadas) o antigo combatente (ex-soldado) José António Fernandes de Sousa (em Moçambique, de 1970 a 1972) e o antigo soldado Manuel dos Santos (na Guiné-Bissau, de 1972 a 1974). 

Figura incontornável de Prozelo, o poeta José Terra, perseguido e interrogado pela PIDE, não foi esquecido pela organização do evento, que encorajou uma parelha de crianças a recitar “Triunfo”, poema – premonitório – escrito em 1949.  

No remate da jornada evocativa, foi inaugurada a exposição “Memórias de combate”, uma mostra cedida pelo Museu do Combatente.  

A.F.B.

 

Subscreva

- Never miss a story with notifications

- Gain full access to our premium content

- Browse free from up to 5 devices at once

Recentes