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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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“O serviço de saúde no Alto Minho está doente”

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Os constrangimentos que afetam o setor da saúde subiram a primeiro plano no decurso dos trabalhos da Assembleia Municipal no passado dia 30 de novembro, com a maioria social-democrata a realçar os “impactos negativos na vida de milhares de utentes no Alto Minho”.

“Infelizmente, nos últimos tempos, temos vindo a conhecer uma degradação total dos serviços públicos. A saúde para os alto-minhotos tem sido uma realidade cada vez mais difícil com consultas desmarcadas, distâncias enormes percorridas para acorrer a cuidados, falta de Medicina Interna e fecho dos serviços de Urgência aos fins de semana nas unidades da ULSAM de Viana do Castelo e de Ponte de Lima. […] Ter acesso a serviços públicos condignos faz parte da cidadania, de um Estado civilizado e de um Estado de Direito, mas a marca do PS tem sido introduzir impostos máximos e serviços mínimos, e na saúde atingiu-se o patamar mais baixo, que é não cumprir o verdadeiro Estado de Direito”, criticou Emília Cerqueira.

“Pensando na saúde de todos os alto-minhotos”, a líder da maioria social-democrata exortou o “PS-Arcos a deixar as questões partidárias de lado, pois o que temos hoje é um serviço de saúde que está doente no Alto Minho. Precisamos de estar todos unidos para acabar com a pouca-vergonha que é a falta de acesso aos serviços de saúde na região e no país”, reforçou.

Em resposta, a deputada Madalena Alves Pereira disse que “o encerramento da Urgência (Serviço de Atendimento Permanente) nos Arcos ocorreu durante um Governo do PSD”, acrescentando “que o grupo municipal do PS está também preocupado com os condicionalismos existentes nos serviços de saúde da região”. 

Na troca de argumentos, a deputada Emília Cerqueira voltou à tribuna para rebater a posição do maior partido da oposição. “Relativamente ao encerramento do serviço de Urgência nos Arcos, as pessoas gostam muito de dizer que a ‘culpa foi do Passos [Coelho] ou do PSD, mas é preciso ter memória. […] Recordo que, entre 2005 e 2009, o primeiro-ministro de Portugal foi José Sócrates, que eu sei que é de má memória, e o ministro da Saúde era Correia de Campos, aliás, muito conhecido na nossa região precisamente pela reforma que fez na saúde. Foi por Despacho, datado de 2006, que se criou a Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências, bem como nomeados os elementos que a constituíram, e é no seguimento desta Comissão que vem o encerramento das Urgências. Lembro que grande parte dos membros desta Assembleia participou [em fevereiro de 2007] numa manifestação contra o encerramento da Urgência do Centro de Saúde de Arcos de Valdevez [apesar da contestação, o serviço seria encerrado a 21 de maio de 2007], incluindo muitos elementos do PS”.

Sem truques de linguagem, a líder da bancada socialista fez um ato de contrição. “A deputada Emília Cerqueira tem toda a razão, foi, de facto, um Governo do PS a encerrar a Urgência no Centro de Saúde arcuense, através do ministro Correia de Campos, que reorganizou o Serviço de Urgências em Portugal e que, no caso particular dos Arcos, reestruturou também um serviço muito importante, o das Unidades de Reabilitação e de Convalescença, além de ter criado dois Serviços de Urgência Básica [SUB], um em Ponte de Lima e outro em Monção”, assinalou Madalena Alves Pereira.

 

“Governo de Passos/Portas não repôs serviço de Urgência nos Arcos”

Sanada a confusão, a deputada do PS aproveitou o ensejo para refutar a narrativa social-democrata. “Ao contrário do que o PSD diz, não tenho a certeza de que o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, tenha sido assim de ‘tão má memória’ ou de ‘vergonha’, atendendo a que fez muito pelo País – e é na Casa da Justiça que se esgrimem as questões de foro judicial. Por outro lado, há um dado que importa introduzir neste debate: chegado ao fim o Governo liderado por José Sócrates e do ministro Correia de Campos, seguiu-se o Governo de Pedro Passos Coelho/Paulo Portas e, nesta legislatura, não foi reposta a urgência no Centro de Saúde de Arcos de Valdevez”, retorquiu a advogada radicada no Barreiro. 

A.F.B.

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