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Banda de Arcos de Valdevez lançou 2024 com um recital de “boa energia”

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A encerrar as comemorações de Natal e Ano Novo, a Sociedade Musical de Arcos de Valdevez (SMAV) protagonizou um espetáculo “eclético” e “cheio de boa energia para o ano todo”. O público, que lotou a Casa das Artes no passado dia 14 de janeiro, aclamou a banda por mais uma grande demonstração de virtuosismo e entrega à volta de temas como a “alegria”, a “paz” e a “revolta”, elementos-chave para “um 2024 fantástico” nas palavras do maestro, Álvaro Pinto. O concerto assinalou a estreia dos jovens Matilde Ribeiro (saxofone alto), Diogo Pereira (trompa) e Santiago Fernandes (eufónio), os três formados na Escola de Música da SMAV e que já carregam o peso do futuro.

O espetáculo de quase hora e meia da famosa banda, que tocou temas eruditos e populares, começou com a peça Vila Franca (Pasodoble), uma canção tradicional do compositor português Jorge Salgueiro, que mostra o “encanto dos momentos vividos numa praça de touros”, seguindo-se no alinhamento a obra Capricho Italiano, de Pyotr Tchaikovsky, a “retratar a Itália tradicional, as suas paisagens mais pitorescas e as suas músicas populares”. Posteriormente, a SMAV executou Fribourg (do compositor inglês Derek Bourgeois), um retrato da velha cidade suíça. 

Com o tema Armenian Dances (do compositor Alfred Reed), a orquestra arcuense interpretou uma “rapsódia de músicas tradicionais arménias coletadas numa obra para banda sinfónica”. 

De seguida, os 68 músicos executaram Frank Sinatra (Hits Medley), ensemble que “compila os melhores temas da carreira do famoso cantor norte-americano, aos quais o nipónico Naohiro Iwai deu uma roupagem diferente. 

O momento seguinte foi consagrado a Panorama Lusíada (do compositor José da Silva Marques), “uma fantasia que viaja pelas melodias tradicionais portuguesas em quatro tempos/movimentos (Prelúdio, Matinada Rústica, Um Fado e Orgia Campesina)”, tendo feito sobressair os vários naipes da banda arcuense.

O repertório prosseguiu com a obra 9 d’Octubre (de Fernando Bonete Piqueras), “marcha escrita para banda sinfónica, sobre temas populares valencianos”  

Como extra performativo, a SMAV tocou a Marcha dos Arcos (da autoria de António Branco Pedreira), que a plateia, num renovado exercício de catarse coletiva, aproveitou para interagir com os músicos, despedindo-se deles com uma estrondosa salva de palmas. 

 

“Somos uma banda de qualidade no panorama filarmónico nacional”

O maestro da SMAV, Álvaro Pinto, era um homem realizado no termo do concerto. “Saio daqui muito satisfeito e orgulhoso pelo espetáculo que proporcionámos. Estamos todos a remar para o mesmo lado e o trabalho só sai a ganhar com isso”, disse ao NA o regente de 48 anos.

O repertório interpretado exigiu muito de todos. “O programa foi trabalhoso, mas só assim é que continuaremos a crescer. Misturámos obras tradicionais com obras modernas, é uma questão de cultura musical para nós mesmos. Na qualidade de maestro, procuro sempre escolher temas aliciantes e motivadores para o grupo”, sublinhou o portuense Álvaro Pinto, “grato” por estar à frente de “uma banda respeitada e de qualidade no panorama filarmónico nacional”.

Por seu lado, o presidente da SMAV, João Costa, disse ser “reconfortante ver uma plateia tão numerosa, sendo que muitos dos espetadores vieram do Porto, de Viana e de Braga para aplaudir a nossa banda”. 

Por fim, o edil João Manuel Esteves, “de alma cheia”, elogiou a qualidade performativa dos “fantásticos músicos que compõem a banda de Arcos de Valdevez, superiormente dirigida pelo maestro”.

A.F.B.

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