O território de Arcos de Valdevez continua a perder população. O número de residentes passou de 20 718 em 2021 para 20 693 em 2022, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Apesar de o número de estrangeiros a residir no concelho arcuense ter aumentado – evoluiu de 344 em 2021 para 393 em 2022 –, este registo não foi suficiente para colmatar o saldo natural negativo.
Com base nos indicadores fornecidos pela plataforma Pordata/INE, Arcos de Valdevez tinha em 2022 um total de 20 693 residentes, menos 25 indivíduos do que em 2021 (os referidos 20 718 moradores) e menos 1927 do que em 2011, altura em que estavam domiciliadas 22 645 pessoas neste concelho.
Um outro dado de vincada importância é que, desses 20 693 residentes, apenas 1919 (o equivalente a 9,3% do total de habitantes) tinham idades até 14 anos, enquanto a população sénior (65 e mais anos) abrangia 7511 indivíduos (o que corresponde a 36,3% da população total) – ou seja, no concelho arcuense, há 392 idosos por cada cem jovens com menos de 15 anos.
Em 2022, nasceram 113 bebés (50 rapazes e 63 raparigas) no concelho de Arcos de Valdevez, mais três do que em 2021. A taxa bruta de natalidade manteve-se (praticamente) inalterada (5,3 bebés por cada mil habitantes). No que ao número de óbitos diz respeito, em 2022, apuraram-se, neste concelho, 362 falecimentos (mais três do que em 2021), existindo, portanto, no ano em referência (2022), um saldo natural negativo de 249 indivíduos (indicador que resulta da diferença entre o número de nados-vivos, 113, e o de óbitos, 362).
Esta disparidade – para a qual concorrem, sobretudo, a baixa taxa de natalidade e o envelhecimento demográfico –, que se tem vindo a agudizar de década para década, impossibilita a reposição de gerações e ameaça muito seriamente a sustentabilidade económica. Consequência disso, a população arcuense em idade ativa (dos 15 aos 64 anos) tem vindo a regredir de modo acentuado, tendo este índice passado de 60,2% em 2001 para 54,4% em 2022 (era de 57,7% em 2021).
As estatísticas gerais evidenciam, por isso, três realidades incontornáveis no concelho de Arcos de Valdevez: saldo natural negativo, despovoamento imparável dos núcleos rurais e envelhecimento demográfico (em 2022, havia 1306 indivíduos com 85 ou mais anos de idade, quando em 2001 eram somente 710 nessa faixa etária).
Sem dúvida que, para contrariar este “inverno demográfico”, seria preciso algo semelhante ao boom do início dos anos oitenta do século passado, repetindo, num cenário ideal, os 430 bebés nascidos em 1981…
A.F.B.
