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Projetos apoiados pelo Orçamento Participativo Municipal

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Os projetos mais votados no âmbito do Orçamento Participativo Municipal (OPM) em cada uma das quatro áreas concorrentes, depois da etapa de aprovação dos orçamentos estimados e do estudo prévio, entram, agora, na fase de execução e concretização material.

O projeto “Eira do Teso do Vale”, subscrito pelo Centro Recreativo e Cultural de Vilar de Suente (Soajo), foi a iniciativa candidatada ao OPM que recebeu o maior número de votos na área de Cultura/Desporto e Bem-estar/Associativismo

Enquanto isso, na área de Ambiente e Sustentabilidade, o projeto distinguido com o maior número de votos foi o do “Trilho da Ervideira” (Eiras e Mei). 

O projeto “Avó Mimosa” (Sabadim) foi o projeto escolhido pelo público na área de Cidadania, Responsabilidade social e Juventude

Por fim, na área de Promoção Empresarial e Territorial, o projeto “CIARA – Centro de Interpretação Ambiental do Rio Ázere” (Couto) foi o mais votado. 

Para cada um destes quatro projetos está previsto um apoio municipal de 10 mil euros, com 25% de majoração por candidatura jovem.

 

Eira do Teso do Vale 

O Centro Recreativo e Cultural de Vilar de Suente pretende recuperar a eira dos canastros de varas (o grande emblema da aldeia soajeira), distinta de muitas outras pela “raridade do conjunto de estruturas utilizadas para guardar as espigas de milho”. Embora a base seja em pedra, toda a estrutura superior era feita em materiais biodegradáveis: madeira de carvalho, vime e palha de centeio. 

“A eira de maiores dimensões, com cerca de quarenta bases, das quais atualmente ainda existem cerca de três dúzias, situa-se em Vilar de Suente. Infelizmente, e à medida que as pessoas foram abandonando a labuta do campo, estas estruturas também desapareceram”, contextualiza o mentor do projeto, Hermenegildo Viana. 

A associação soajeira “pretende não só recuperar e consolidar a Eira do Teso do Vale, como perpetuar a componente imaterial dos canastros de varas, ou seja, o modo de construção”. A proposta inclui, por isso, a “criação de um pequeno espaço adjacente, o qual servirá para dar apoio à reconstrução destas estruturas, assim como a atividades a realizar neste espaço”. 

A iniciativa abrange a “consolidação de todas as bases dos canastros”, a “reconstrução de cinco canastros de varas”, o “registo da população sénior a ensinar a metodologia de construção” e o “arranjo da área de apoio”, a qual servirá para promover as “atividades de reconstrução e futuras desfolhadas”. 

Trilho da Ervideira

Tendo em conta o défice de espaços verdes de lazer na União das Freguesias de Eiras e Mei, Vânia Gomes de Brito, eleita como secretária da referida agregação, subscreveu uma proposta no sentido de aliar o “aproveitamento do meio ambiente” à “promoção da cultura local”, estimulando, ao mesmo tempo, “hábitos de vida saudáveis”, porque está demonstrado que o “investimento em espaços verdes corresponde a uma maior qualidade de vida e a uma redução das desigualdades, ao mesmo tempo que fomenta o bem-estar físico, mental e social da população”. Segundo a proponente, “a concretização deste trilho vai possibilitar ainda a promoção do conhecimento territorial desta região do concelho”. 

A iniciativa, a executar junto à Estrada Nacional 101, vem colmatar uma lacuna detetada na união das freguesias, num “território repleto de história, que em tempos vivia maioritariamente da agricultura e da pecuária”. “A proposta foca-se não só na necessidade de aproveitamento do meio ambiente, como também na promoção da cultura local. Simultaneamente, pretende-se fomentar hábitos de vida saudáveis, indo ao encontro do bem-estar físico e psicológico da comunidade”, sublinha Vânia Brito.  

De acordo com a proposta preliminar de orçamento, estão previstos 2500 euros para limpeza da área e criação de acessos pedonais. A despesa mais onerosa diz respeito à construção do passadiço ao longo da levada, no valor de 10 mil euros. 

 

Avó Mimosa

Submetida por Inês Esteves de Brito, a Avó Mimosa (Sabadim) é um “serviço personalizado de cabeleireiro(a) ao domicílio”, promovendo o cuidado e o bem-estar da população mais isolada.

“A nossa ideia consiste em deslocar, uma vez por mês, a nossa equipa até às freguesias mais distantes da sede do concelho (a partir de 15 quilómetros) e fazer um serviço ao domicílio”, diz a mentora do projeto, interessada em “melhorar a autoestima das pessoas”. 

“O nosso objetivo é cuidar da nossa população idosa, deixando-lhe um sorriso no rosto. Está provado que é importante cuidarmos de nós, independentemente da idade, e com o nosso serviço, pretendemos combater o isolamento e a solidão dos seniores. Queremos fazê-los sentir bonitos, importantes e amados”, reforça Inês Esteves de Brito. 

A Avó Mimosa é uma homenagem à avó da proponente. “Mãe de oito filhos e avó de 15 netos, foi uma pessoa que, sem instrução, me transmitiu sempre os melhores valores e princípios pelos quais hoje me guio”, evoca.

“Por isso, a Avó Mimosa representa não só a minha avó, mas todas/os as/os avós e avôs de Arcos de Valdevez. Pessoas que, tal como a minha avó, merecem ser valorizadas”, defende a mentora. 

Com a ajuda do OPM, Inês Esteves de Brito compromete-se a “prestar serviço de forma voluntária, num período de 12 meses”. 

 

Centro Interpretativo do Ambiente Rural-Rio Ázere

O Centro Interpretativo do Ambiente Rural-Rio Ázere (CIARA), sob proposta de um grupo de jovens do Couto, é outro dos projetos apoiados pelo OPM 

Em respeito por um legado de grande valor ambiental, de base rural, “ainda tão presente na memória dos mais velhos, mas já tão distante para os mais novos, e que nem sempre a história se encarregou de documentar, pretendemos preservar, enquanto memória identitária do povo, a nossa gente sofrida, forte e de grande dignidade”, enaltece o proponente Tiago Veloso Afonso. 

“O CIARA que ambicionamos edificar constituirá o baluarte do património coletivo material e imaterial do rio, encontrando neste espaço a justa homenagem às gentes e à terra através da salvaguarda desta herança, a qual se encontra em risco de desaparecimento”, observa o subscritor da iniciativa. 

“Sem necessidade de investimentos avultados para a sua requalificação”, o plano consiste em instalar um Centro Interpretativo no imóvel cedido pelo Município de Arcos de Valdevez à Junta e à Associação Cultural e Desportiva Unidos do Couto. “Para que isso se torne realidade, pretendemos realizar intervenções pontuais numa das salas do edifício com vista a realizar as necessárias adaptações e apetrechamentos”. 

“Assim, desejamos imprimir no Centro Interpretativo uma verdadeira experiência sensorial sobre o que o rio foi, é e o que poderá ainda ser”, conclui Tiago Veloso Afonso.

A.F.B.

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