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Assembleia Municipal “Estudo para definir estratégia de posicionamento turístico chega tarde, mas é melhor do que nunca”

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O “estatuto de Arcos de Valdevez como destino turístico” é um ás de trunfo que a bancada do PSD joga invariavelmente no período das loas ao executivo. Mas o PS, na Assembleia Municipal de 23 de fevereiro, aprofundou a questão, recuperando uma reflexão encetada há vários anos, para que o “território dê passos seguros e no melhor dos sentidos”, por um lado, e solicitando, uma vez mais, o “teor da deliberação respeitante ao Conselho Municipal de Turismo”, por outro.

O maior partido da oposição recomenda, há anos, a implementação de medidas “estratégicas” de fundo, como a “criação de um gabinete de promoção turística que identifique o turismo como ele, hoje, é visto por todos neste concelho, ou seja, como uma atividade económica que reúne, em torno de si, mais do que o património natural e edificado visitável”. 

Como propostas próprias de uma “gestão do PS” incluem-se a “valorização do turismo como atividade económica de vincada importância” e a sua “colocação na organização municipal num patamar de maior abrangência e articulação”. 

Nesta frente, o PS questionou o executivo municipal sobre “a abertura de um procedimento relativo à definição de uma estratégia de posicionamento e desenvolvimento turístico para Arcos de Valdevez”, projeto adjudicado ao IPDT – Turismo e Consultoria. De resto, o grupo municipal do PS, há muito tempo que tem defendido “a necessidade de se perceber efetivamente que sentido e que posicionamento pretendemos para Arcos de Valdevez, e para a salvaguarda do seu património cultural e natural”.

Em causa o facto de a Câmara Municipal “lançar campanhas promocionais de algum tempo a esta parte, como os Fins de semana gastronómicos, as Quatro Estações, o Festivinhão, campanhas essas que implicam uma gestão e organização do território para garantir o produto promovido e a alocação de recursos financeiros. Tem vindo também a criar infraestruturas turísticas, ecovias, miradouros, a estratégia do lado oeste do concelho e a sua sinalética que foi também lançada a concurso”, exemplificou Carla Manuela Fonseca.

“É caso para perguntar: o que se espera do estudo tendente à definição de uma linha de posicionamento? Não estará a estratégia já condicionada à partida por toda a aposta, entretanto, realizada? Não se deveria ter pensado nesse estudo, de acordo com os nossos alertas, há mais tempo? Sejamos irónicos, o que vai fazer o Município se a estratégia definida nesse estudo for diametralmente oposta à que tem seguida até agora?”, perguntou a deputada do PS.

“Este estudo chega tarde, ainda assim, é melhor tarde de que nunca, e, sim, efetivamente, é fundamental para a criação de um destino sustentável, que salvaguarde os nossos recursos naturais e culturais, o desenvolvimento dessa estratégia e desse estudo de posicionamento, para que se possa efetivamente colocar os poucos ovos que temos nos cestos certos”, exortou a bancada do PS, recomendando o “cruzamento dessa atividade económica com a revisão do Plano Diretor Municipal e as linhas de planeamento urbanístico que queremos desenvolver e/ou preservar”.

“Registámos o recorde de dormidas em 2023, mais de 90 mil”

Sobre a estratégia atinente ao turismo, o edil João Manuel Esteves sublinhou que há três fatores “determinantes” para definir o posicionamento de Arcos de Valdevez nesta altura: “temos de alinhar a estratégia com o Plano Regional de Ordenamento do Território Norte, com a própria Estratégia do Turismo Norte 2020-2027 (em fase de conclusão) e com o Portugal 2030. Estamos a projetar o setor até 2030, tranquiliza-nos o facto de termos uma base sólida”, sustentou o presidente da Câmara Municipal. 

A dimensão da atividade e os registos estatísticos confirmam o peso do setor. “O turismo mobiliza muita gente e tem um grande impacto em todo o território de Arcos de Valdevez, mas, felizmente, não podemos falar de massificação: nós não temos uma linha de hotéis num determinado local, a atividade está distribuída por todo o concelho, neste momento, há uma oferta de quase 2500 camas de alojamento turístico. Em 2023, registámos o maior número de dormidas, superou as 90 mil, o recorde de Arcos de Valdevez. E, segundo a plataforma internacional Airbnb, o concelho arcuense é dos mais hospitaleiros de Portugal. Estes são elementos muito importantes para o nosso posicionamento”, rematou João Manuel Esteves. 

A.F.B.

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