Estamos a poucos dias de os portugueses escolherem a direita ou a esquerda para formar o Governo do nosso País. Com a direita, éramos o país europeu onde os jovens qualificados abandonavam Portugal procurando noutras terras condições de sobrevivência. O então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, aconselhava a nossa juventude, bem formada, a procurar trabalho no estrangeiro, e como a direita nunca muda para melhor, é quase certo que Luís Montenegro lhe siga o exemplo… Já a esquerda procura outros caminhos, pois um país que perde o trabalho de um jovem ativo é sempre perdedor. Hoje, Portugal recebe mão-de-obra de todo o mundo, incluindo da Europa. Atualmente, ocupamos a nível internacional cargos que, com a direita no poder, seriam impensáveis. Com a esquerda ao leme, temos estabilidade e segurança, mas sobretudo temos a certeza de que continuaremos a melhorar as nossas já consideráveis condições de exportação, circunstância que nos dá a certeza de melhores condições de vida, e que, muito em breve, a emigração não passará de um mito, pois vamos precisar de trabalhadores, mas nunca ter de exportar os nossos concidadãos. E reparando no que se passa pelo mundo, incluindo a Europa, Portugal é um exemplo em muitos aspetos.
Agora com as eleições à porta (no próximo domingo, 10 de março), ou vamos pela direita, mas com futuro tortuoso, ou escolhemos a esquerda que não engana no objetivo de melhorar a vida do país e das pessoas.
Imigração e a demagogia da direita
A imigração tem sido tema recorrente destas eleições. O Chega – que não deve nem saber o custo do trabalho, mas deve ser um dos seus aproveitadores, direto ou indireto, grita contra os imigrantes que no Alentejo trabalham as terras dos senhores que vivem nos bairros chiques de Lisboa, mal pagos, mal alimentados, mal dormidos, com salários que, em muitos casos, não chegam a 450 euros – diz que os imigrantes têm de se adaptar às nossas regras. Mas a que regras se refere este senhor Ventura das desventuras? Ou será que os nossos jovens que trabalham na França, Suíça e em muitos outros países europeus trabalham por 500 euros e moram em catres (camas de viagem) dos tempos da escravidão? E quem é o português que vai para o Alentejo trabalhar por 450 euros ou menos?
Fui emigrante durante muitos anos no Brasil e, neste país que descobrimos e colonizámos, o xenofobismo não existia. Os trabalhadores nacionais e estrangeiros viviam nas mesmas condições, onde as leis trabalhistas na época eram um exemplo para o mundo, especialmente na Europa, onde a França foi pioneira nas políticas sociais que até hoje ali predominam, e que tiveram no Brasil (Governo de Getúlio Vargas, líder da Revolução de 1930, que pôs termo à República Velha) o seu expoente máximo.
Mas em Portugal, especialmente em terras alentejanas, predomina a exploração dos estrangeiros que aí prestam serviços aos latifundiários residentes em Lisboa. Será isto que a direita deste país pretende perpetuar?
- Peixoto