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es do ICNF para conservar os valores naturais e a biodiversidade do Parque Nacional

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O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), autoridade nacional nos domínios da floresta e da conservação da natureza, além de entidade gestora do Parque Nacional (PN), tem no seu plano um conjunto de ações que, de forma integrada e transversal, visam “contribuir para a conservação dos valores naturais e biodiversidade” na referida área protegida.

Em anos recentes, devidamente enquadradas em diferentes tipologias, foram implementadas várias medidas tendentes à reabilitação de habitats no PN, nomeadamente o restauro das matas do Ramiscal e do Mezio (Projeto ReMeRa), com o objetivo de recuperar os habitats naturais afetados por incêndios. “Foram realizadas ações de sementeira, plantação de bosquetes, aproveitamento de regeneração natural, mosaicos de gestão de combustível e melhoria de rede viária florestal. Ao todo, foram intervencionados 128 hectares”, disse ao NA o ICNF.

Uma outra medida introduzida foi o “controlo de espécies exóticas e invasoras, designadamente a acácia, a acácia-mimosa e a háquea-espinhosa (arbusto). “Estas espécies encontram-se em grande densidade no Vale do Lima, existindo também pequenos núcleos noutras áreas do Parque. De entre as espécies referidas, a acácia-mimosa é a que apresenta uma maior ameaça aos habitats invadidos, na medida em que o seu comportamento constitui fator limitativo à recuperação dos habitats naturais”. 

Em resposta a questionário enviado por este jornal, o Gabinete de Assessoria e Comunicação do ICNF reforça que “o Instituto tem vindo a desenvolver diversas ações no sentido de controlar as espécies invasoras, recorrendo a fundos comunitários, às equipas de funcionários do ICNF e a ações voluntariado. Atualmente, o ICNF tem em execução projetos de intervenção candidatados a fundos europeus para intervir em mais 89,7 hectares. Todos os anos é realizado pelo Corpo Nacional de Agentes Florestais (CNAF) do PN o controlo de pequenos núcleos de invasoras lenhosas”, acrescenta o organismo que gere o património natural do único Parque Nacional. 

Conservação do teixo e do pinheiro-silvestre

Estão em curso ações de conservação do teixo “através da sua propagação em viveiro, de forma a conservar património vegetal autóctone e ter disponíveis plantas para futuras ações de reinstalação de teixiais ou reforço dos núcleos existentes, trabalhos efetuados pelo CNAF do PN”. 

Também estão a ser desenvolvidos trabalhos de conservação do pinheiro-silvestre. “Este projeto assenta na execução de estratégias de conservação in situ [no sítio] dirigidas à preservação e aumento da resiliência destas populações no local de origem e ex situ [fora do local de origem] para, complementarmente, garantir a conservação desta diversidade genética, designadamente através da florestação de novas áreas. Nos núcleos originais, foram realizadas ações de condução da regeneração natural, redução do grau de cobertura de matos e plantação de espécies autóctones menos inflamáveis. Ao nível das ações ex situ, foram implementadas atividades de recolha de semente, para constituição de banco seminal, produção de plantas em viveiro e posterior florestação de novas áreas, tendo sido criados quatro novos núcleos de pinheiro-silvestre no PN”, realça o ICNF. 

 

Monitorização de mamíferos carnívoros e ungulados

Noutro plano, o ICNF mantém, desde 2021, um projeto-piloto de monitorização de mamíferos carnívoros e ungulados na área do PN. “Os dados de monitorização são obtidos através de fotografias de fauna selvagem colhidas com câmaras de deteção de movimento (foto-armadilhagem) e servem o propósito de monitorizar a presença de mamíferos selvagens protegidos e das suas presas”, revela o ICNF.  

No campo da fauna ainda, a reintrodução de cabra-montesa no noroeste de Espanha levou a uma recolonização natural desta espécie no PN. “Neste âmbito, foi desenvolvido um projeto de construção de um cercado para manutenção de alguns exemplares desta espécie tendo como objetivo manter a disponibilidade de um núcleo fundador de indivíduos para poderem ser utilizados em projetos de conservação que visem a reabilitação da cadeia trófica outrora existente em alguns locais do país”. 

De referir que, relativamente ao lobo-ibérico, foi realizado o Censo Nacional sob a coordenação do ICNF, “com vista a determinar a área de distribuição atual da espécie”.

 

Reforço da população de trutas no rio Lima

Recentemente, o ICNF procedeu a um conjunto de ações de repovoamento com alevins vesiculados de truta em alguns cursos de água de montanha das bacias de drenagem dos rios Lima e Cávado. “Estas ações de conservação ex situ envolveram a introdução de alevins vesiculados daquela espécie piscícola salmonídea nos cursos de água doce, onde foram capturados os seus pais. Assim as trutas de um dado rio são apenas e só colocadas nesse mesmo rio (ou em parte do mesmo) ou eventualmente na bacia de drenagem desse mesmo curso de água de montanha, evitando que as suas características genéticas se alterem, potenciando assim a sua mais fácil adaptação ao meio natural de onde provieram os seus pais”. 

Da progénie (origem) “Lima” foram libertados no concelho de Ponte da Barca cerca de 5 mil recém-nascidos da citada espécie. “Com estas ações de conservação ex situ, o ICNF pensa que, num futuro próximo, será possível realizar o reforço das comunidades de trutas autóctones, conciliando de forma mais eficaz a conservação e a exploração possível deste tipo de recursos e, assim, promover a pesca lúdica e desportiva nas massas de água de montanha, com todos os benefícios socioeconómicos daí gerados”.

A.F.B.

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