Há verdadeiros manjares que, por si só ou em conjunto com outros elementos culturais (e desportivos), têm conseguido “catapultar turisticamente o concelho de Arcos de Valdevez”, e segundo a opinião geral, “tanto dentro como fora de portas”.
Os ‘Fins de semana gastronómicos’ que recheiam as mesas da restauração são um dos veículos de promoção e valorização de Arcos de Valdevez. A carne cachena, com arroz de feijão ‘tarrestre’, é a principal iguaria da terra (e da serra) a ser servida à mesa, onde não pode faltar a doçaria tradicional, como os charutos de ovos com laranja de Ermelo, o bolo de mel, o pão-de-ló de Soajo, bem como os vinhos verdes.
Em simbiose com a gastronomia, os eventos para atrair visitantes são o segundo pilar a partir do qual o Município de Arcos de Valdevez tem alicerçado a sua promoção e comunicação. “Há mais de dez anos que tem sido delineada uma estratégia para o concelho e, desde então, a Câmara Municipal tem levado campanhas a pontos nevrálgicos de cidades como o Porto [promoção do Recontro de Valdevez] e até a locais de eventos de massas [Feira Internacional de Turismo em Madrid…]. Estamos a consolidar um calendário anual de eventos com a ajuda de vários parceiros”, congratula-se o executivo municipal.
A mensagem que a edilidade pretende transmitir é a de que o concelho dos Arcos é um “destino turístico, 365 dias por ano”. A pensar nisso, a Câmara Municipal promove um calendário anual de eventos, “para combater os efeitos negativos da sazonalidade turística”, com natural destaque para os referidos ‘Fins de semana gastronómicos’, o programa ‘Quatro Estações’, o festival ‘Sons de Vez’ ou o ‘Festivinhão’. Paralelamente, e sob organização do mundo associativo, há eventos como o ‘Arcos TT’ com visível impacto ao nível da restauração e hotelaria, que, em plena época baixa, atingem picos de ocupação por altura do grande passeio motard.
Em todas as comunicações do Município arcuense, é passada a mensagem de “novas experiências”, isto é, mais do que uma boa mesa ou uma boa cama, conta, cada vez mais, “a experiência que o visitante tem”, daí a campanha ‘Construa memórias nas quatro estações de Arcos de Valdevez’. Ao seu serviço, está o património natural e o edificado.
“A Câmara Municipal e diversos parceiros têm realizado muitas iniciativas de melhoramento do espaço público, de promoção do património natural e cultural, de que é exemplo o Espaço Valdevez, e de melhoria das condições de visitação de muitos locais do concelho. Estas iniciativas contribuem para que os turistas tenham mais motivos para visitar Arcos de Valdevez e, como tal, potenciam o desenvolvimento económico do concelho”, disse ao NA João Manuel Esteves, na grande entrevista do último verão.
Um outro chamariz para o território tem sido o facto de um canal de televisão emitir, com alguma regularidade, programas – ditos “popularuchos” – diretamente de Arcos de Valdevez, facto que tem ajudado a divulgar as maravilhas paisagísticas do concelho, assim como também os sabores típicos da Terra.
“Tesouros” naturais e doces com História
Os investimentos direcionados todos os anos à comunicação e ao marketing territorial são difíceis de contabilizar, mas o Município arcuense tem conseguido promover algumas das principais ‘pérolas’ do concelho, incluindo as freguesias e as suas atrações paisagísticas. Exemplo disso foi a eleição de Sistelo como uma das “7 Maravilhas de Portugal”, na categoria de Aldeia Rural. Já no plano da doçaria os charutos dos Arcos, eleitos uma das “7 Maravilhas Doces de Portugal”, e o pão-de-ló de Soajo, pré-finalista na categoria Doce de Território, têm contribuído para comunicar melhor as propostas gastronómicas de Arcos de Valdevez, ajudando a esbater um pouco a tendência de sazonalidade, ainda que o verão seja a época que mais turistas atrai ao concelho arcuense.
“Arcos de Valdevez é um concelho de grandes potencialidades e tem vindo a fazer uma aposta na divulgação, não só do património arquitetónico, mas também na variedade de produtos e de eventos. Criámos o catálogo de produtos ‘Terras do Vez-Sabores e Tradições’, abrangendo os vinhos verdes, a doçaria tradicional, o fumeiro, os queijos, as compotas, o mel, as carnes, as hortícolas e frutas, bem como elementos do segmento de padaria e pastelaria tradicional”, regozija-se o presidente da Câmara Municipal.
No campo da cultura, desde 2002 que, durante os meses de fevereiro e março, a Casa das Artes de Arcos de Valdevez se transforma numa sala “intimista” de espetáculos para os amantes da música moderna com o festival ‘Sons de Vez’. Atraindo aos Arcos nomes em ascensão ou com projeção granjeada no meio artístico musical, este festival é o primeiro evento mediático do género em cada ano e, fruto do fator novidade, é o mote para grande número de notícias nos meios de comunicação social de âmbito nacional, com promoção na rádio pública, fazendo do ‘Sons de Vez’ um elemento importante na criação da “marca territorial” e na “descentralização cultural”.
“Recorde de dormidas em 2023”
Os registos estatísticos confirmam o peso do turismo. “Esta atividade mobiliza muita gente e tem um grande impacto em todo o território de Arcos de Valdevez, mas, felizmente, não podemos falar de massificação, uma vez que não temos uma linha de hotéis num determinado local, o turismo está distribuído por todo o concelho, neste momento, há uma oferta de quase 2500 camas de alojamento turístico. Em 2023, registámos o maior número de dormidas, superou as 90 mil, o recorde de Arcos de Valdevez. E, segundo a plataforma internacional Airbnb, o concelho arcuense é dos mais hospitaleiros de Portugal. Estes são elementos muito importantes para o nosso posicionamento”, conclui João Manuel Esteves.
A.F.B.
