A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez (AHBVAV) festejou 135 anos de vida no passado dia 5 de maio. Sem formatura geral nem romagem ao cemitério e à Rotunda do Bombeiro, devido ao mau tempo, a jornada comemorativa teve como ponto alto a sessão solene de discursos, no salão nobre, onde foi realçado o “serviço de missão” que a prestimosa coletividade presta desde 1889, “135 anos a salvar vidas”, fazendo jus ao lema “vida por vida” que os “sodados da paz” carregam, isto numa altura em que “tarda a ser concretizado o Estatuto Social do Bombeiro”.
Em dia especial, igualmente dedicado às mães dos bombeiros, o comandante da AHBVAV alertou que “a operacionalidade cresce a cada dia que passa e, por isso, necessitamos de reforçar a nossa capacidade de resposta, especialmente em período diurno, já que os 69 operacionais do quadro ativo trabalham, pelo que o socorro entre as 8.00 e as 19.00 fica a cargo das três equipas de intervenção permanente (EIP)”, justificou Filipe Guimarães, reafirmando carências não só em matéria de recursos humanos (“é necessária uma quarta EIP”) como em termos de equipamentos (de proteção individual, de desencarceramento e de viaturas).
Após “felicitar os 135 anos de história e de missão da AHBVAV”, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Comando sub-regional do Alto Minho, Marco Domingues, apontou o “abandono rural”, o “crescimento tecnológico sem resposta de meios adequada” e a “escassez de recursos humanos” como os maiores estrangulamentos que afligem o socorro no distrito de Viana do Castelo.
O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, Germano Amorim, e o representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Luís Elias, colocaram o acento tónico no “subfinanciamento crónico das associações humanitárias”.
Por seu lado, o edil João Manuel Esteves defendeu que na “estratégia intermunicipal” deve caber “um trabalho de articulação para alocar investimentos com uma correta redistribuição de meios a nível distrital”.
A terminar a sessão, foi assinado o protocolo municipal de cooperação no valor de 75 mil euros (mais 15 mil euros do que o montante em vigor há 16 anos) para apoiar a atividade da AHBVAV.