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Principal causa de incêndios rurais nos Arcos em 2023

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Queimadas para renovação de pastagens representaram “44% do total das ignições”

A principal causa de deflagrações, fora da época crítica, no concelho de Arcos de Valdevez, deve-se, por regra, às queimadas para renovação de pastagens, uma tradição que perdura no tempo e que é comum ao restante território do Alto Minho (e não só). Apesar da multiplicação das ações de sensibilização sobre os comportamentos, o uso negligente do fogo continua a ser responsável por percentagem significativa das incidências a nível concelhio (e regional).

A este respeito, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Comando sub-regional do Alto Minho é de opinião que “o concelho de Arcos de Valdevez é, sobejamente, conhecido pela problemática relacionada com os incêndios rurais, principalmente no verão”. Mas, segundo Marco Domingues, 2023 até foi um ano “atípico, pela positiva. Registaram-se no extenso território arcuense ‘apenas’ 109 incêndios rurais”, pormenorizou o responsável de Valença, no ato de comemoração dos 125 anos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez. 

De acordo com as averiguações da GNR, em 2023, a principal causa dos incêndios rurais no território de Arcos de Valdevez, representando 44% do total das ignições, foi provocada por ação humana, através da realização de queimadas para reduzir o volume de combustível (mato, restolho…). Como segunda origem de incêndios rurais no concelho de Arcos de Valdevez, a Guarda apurou os atos “intencionais” ou “premeditados”, representando 23% das ocorrências, o equivalente a 24 fogos (18 hectares de área ardida).

A grande problemática prende-se, “sem dúvida”, com as queimadas descontroladas para eliminação de sobrantes de exploração florestal ou agrícola, muitas vezes com “consequências inegáveis” para o meio ambiente e para a economia. “Ao todo, no ano findo, 46 queimadas foram responsáveis por 89% da área ardida nos Arcos, o equivalente a 280 hectares. As queimadas para renovação de pastagem são uma prática preocupante, têm uma conjetura muito específica e encerram necessidades comunitárias, mormente das populações de montanha, pois, como todos sabemos, há um grupo considerável de pessoas que vive da exploração agropecuária”, ressalva Marco Domingues, apelando a um trabalho de cooperação para “mitigar o problema”.

 

“As juntas de freguesia, em articulação com os serviços competentes, nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, os respetivos municípios e corpos de bombeiros, podem ajudar as pessoas com vista à realização segura de queimadas. Em vez de estarem na origem de incêndios, queremos transformar as queimadas em área tratável, com as mais-valias daí inerentes”, adianta o responsável. 

Para que isso seja uma realidade, é “crucial uma viragem de comportamentos” e uma “escolha criteriosa do momento mais conveniente” para a realização de queimadas. “Os primeiros três meses do ano correspondem ao período mais indicado para fazer as queimadas. Em 2022 e 2023, tivemos muita atividade relacionada com esta problemática no concelho de Arcos de Valdevez. Nos dois primeiros meses de 2024, tal não aconteceu devido às condições meteorológicas. Esperemos que não venha a verificar-se a partir de agora, porque os incêndios de verão são potencialmente críticos”, alerta Marco Domingues.

 

“É preciso prevenir para reduzir número de ignições”

Nas ‘Jornadas Internacionais sobre Fogos Florestais’ realizadas recentemente nos Arcos, o comandante regional do Norte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), tenente-coronel Carlos Alves, avultou “o papel a dar à prevenção na lógica de ver reduzido o número de ignições, o maior desafio dos vários agentes implicados nesta problemática, que passa por entender as tradições ancestrais do povo [alusão às queimas e queimadas], e ajudá-lo a encontrar outros caminhos”. 

Na ótica da ANEPC, o plano de medidas para reduzir o número de ocorrências passa por “apostar cada vez mais na promoção de ações no sentido de sensibilizar os produtores agropecuários para o licenciamento das queimadas de renovação de pastagens”, para que estas sejam efetuadas com “acompanhamento ou por equipas credenciadas no uso do fogo controlado”. 

 

“A prática das queimadas, enquanto necessidade comunitária, não é crime”

O comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Comando sub-regional do Alto Minho sublinha que, “enquanto necessidade comunitária, não há criminalidade associada à prática das queimadas. Não é, de todo, crime, apenas pedimos vigilância, atenção, sensibilização e apoio à comunidade. O concelho de Arcos de Valdevez já viveu incêndios complexos relacionados com queimadas extensivas para renovação de pastagens. Em conjunto, temos de impedir que este flagelo volte a acontecer, é fundamental, desde logo, para a própria segurança da comunidade”, lembra Marco Domingues. 

A.F.B.

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