18.4 C
Arcos de Valdevez Municipality
Domingo, Outubro 6, 2024
InícioEducaçãoTurma do 4.º ano passou semana inteira a “experimentar ciência” fora do...

Turma do 4.º ano passou semana inteira a “experimentar ciência” fora do AEV

Date:

Relacionadas

Associação Identidade e Património de Soajo quer “rever limites da Freguesia e dos Baldios”

A organização Soajo Identidade e Património – Associação de...

Aniversário da ACDUC

Com um vasto programa de atividades musicais e gastronómicas,...

Educação Ano letivo começa a 13 de setembro no Agrupamento de Valdevez

O início das atividades letivas no Agrupamento de Escolas...
spot_imgspot_img

Inaugurada Escola Ciência Viva dos Arcos, “um projeto diferenciador e com identidade” 

A Escola Ciência Viva de Arcos de Valdevez, projeto educativo da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, foi inaugurada no passado dia 13 de maio. Nesta primeira fase, o espaço recebeu, durante uma semana, a turma do 4.ºC (1.º ciclo), mas a partir de setembro o projeto abrangerá todas as turmas do 4.º ano de escolaridade do Agrupamento de Escolas de Valdevez (AEV). Na “nova escola”, sediada no Centro Ciência Viva dos Arcos-Oficinas de Criatividade Himalaya (CCVA-OCH), as aprendizagens visam “complementar o plano curricular” do ensino formal, como puderam testemunhar os pais na sessão de inauguração, onde o grupo fez uma visita guiada às instalações, aos laboratórios e à sala de atividades.

Segundo o diretor do CCVA-OCH, “em construção está um projeto de comunicação de ciência consistente” no concelho de Arcos de Valdevez. “Queremos que a Escola Ciência Viva seja um acrescento ao ensino formal, sem desestabilizar o que está programado. Este vai ser um projeto diferenciador onde a ciência cidadã é a essência”, assegura José Carlos Fernandes, anunciando “um projeto emblemático e com identidade”, opinião corroborada pela diretora do AEV, Anabela Araújo.

De acordo com o modelo adotado na Rede de Escolas Ciência Viva, as crianças do 4.ºC, como se de uma turma-piloto se tratasse, passaram no Centro Ciência Viva dos Arcos cinco dias de aulas acompanhadas pelos seus professores. Uma das atividades desenvolvidas no Laboratório da Sustentabilidade, sob coordenação de Mónica Pinto, consistiu na “produção de bioplástico a partir de fontes renováveis como plantas, algas, amido de milho, cana-de-açúcar ou outras biomoléculas”. Estes materiais bioplásticos “decompõem-se naturalmente” e são “mais amigos do ambiente do que os plásticos tradicionais”, lia-se na ficha de trabalho distribuída aos 21 alunos. 

Mas o ponto alto da semana residiu no encontro – a 15 de maio, véspera do Dia Nacional do Cientista – com a investigadora arcuense Sérgia Costa Dias, licenciada em Ciências do Meio Aquático e doutorada em Ciência Animal, pela Universidade do Porto. Com um currículo recheado (além de colaborações internacionais, é responsável por vários projetos nacionais de renome, caso do RecBio, vocacionado para uma melhor gestão e conservação dos recursos biológicos marinhos na zona costeira do Norte de Portugal), a cientista de 47 anos correspondeu à curiosidade da turma, depois das descrições que os petizes fizeram, a priori, de modo a lançar a atividade de forma sugestiva.  “Um cientista é sempre alguém de ‘maluco’ na perspetiva em que nunca se conforma com uma dada situação. Tenta aprofundar e ir sempre mais longe, olha para a vida e tem curiosidade em verificar como os fenómenos acontecem para almejar avanços”, atalhou Sérgia Costa Dias, que ministrou à turma do 4.ºC uma aula de Biologia e Estudo do Meio bastante participada pelos alunos. 

“Grande parte do meu trabalho diz respeito às alterações decorrentes da poluição ou da destruição dos habitats e à maneira como os peixes se relacionam com as outras espécies e com a pesca, bem como a influência da alimentação no ecossistema”, destacou a estudiosa arcuense.

 

“Nos Arcos está a acontecer algo de especial”

A presidente da Ciência Viva-Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica “sublinhou que nos Arcos está a acontecer algo de especial, porque este projeto de escola, que muito promete, assenta no ‘Museum School’, modelo fundado nos Estados Unidos da América há cerca de 80 anos, em que há uma escola dentro do museu (Centro Ciência Viva). Ou seja, neste espaço é aplicado um manancial de recursos da moderna museologia científica às orientações curriculares do 1.º ciclo, com um programa educativo que combina o trabalho prático e experimental da educação em ciências com o ambiente educativo característico de um Centro Ciência Viva”, salientou Rosalia Vargas, concluindo que “os Arcos estão sempre à frente e a inauguração da Escola Ciência Viva é disso um exemplo”.

Já o presidente da Câmara Municipal, João Manuel Esteves, revisitou o “espírito do padre Himalaya para estimular o papel da curiosidade e da experimentação na difusão do conhecimento”, adiantando que “o projeto Ciência Viva representa um salto em frente e resulta de um conjunto de vontades colaborativas”. 

A Escola Ciência Viva de Arcos de Valdevez emparceira o Centro Ciência Viva, o AEV e o Município. 

A.F.B.

 

Discurso Direto

Alunos do 4.ºC: “Aprendemos experimentando muitas coisas novas! Gostámos tanto desta aventura que a nossa vontade era continuar e vir para aqui todos os dias!”

 

José Carlos Fernandes: “A Escola Ciência Viva vai ter uma idiossincrasia própria, porque juntámos aqui uma personagem nova, o melro-d’água, símbolo do Museu da Água, e que atesta a qualidade da água do rio Vez”.

 

Anabela Araújo: “A Escola Ciência Viva dos Arcos permite envolver as aprendizagens que são lecionadas no AEV, acabando por ser um projeto teórico-prático complementar, através da experimentação e da descoberta, num contexto menos formal do que no AEV, onde até já temos o Clube Ciência Viva”. 

 

Rosalia Vargas: “A Rede de Escolas Ciência Viva é dinâmica e conta, presentemente, com vinte espaços em contextos não formais de aprendizagem”.

 

João Manuel Esteves: “O programa Ciência Viva é fabuloso, trata-se de um modelo de promoção de ciência para todas as idades. Espero que os vindouros digam, daqui a 50 anos, que valeu a pena”.

 

Subscreva

- Never miss a story with notifications

- Gain full access to our premium content

- Browse free from up to 5 devices at once

Recentes