A freguesia de Miranda acolheu, de 17 a 30 de junho, um grupo de seis jovens artistas (músicos, dançarinos, atores…) no âmbito do Plano de Ação para o Território de Santa Cruz (faixa oeste do concelho).
Com o apoio da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Miranda, do Município de Arcos de Valdevez e da Junta de Freguesia de Miranda, o grupo percorreu os vários lugares da freguesia e neles fez uma recolha de testemunhos, tradições, costumes, adágios e canções durante estas duas semanas de residência artística… Uma rica troca de experiências entre pessoas com histórias de vida e realidades totalmente distintas. Estas interações foram registadas para um documentário.
A experiência findou no Parque de Merendas da Poça do Couto (Floresta Encantada), no passado domingo, 30 de junho, com o espetáculo “Ó Gente da Minha Terra”, onde participaram igualmente alguns mirandenses. Ficou provado, se dúvidas houvesse, o modo com a cultura ancestral e a arte podem estar em pequenos hábitos ou gestos do dia a dia. Esta iniciativa nasceu de uma ideia de David Costa, artista queer (estranho ou subversivo) multidisciplinar mirandense.
Durante a residência privilegiou-se a construção de objetos artísticos que cruzassem a cultura produzida pela comunidade de Miranda com os conhecimentos, culturas e interesses vividos pelos artistas exteriores a esta comunidade.
Os atos criativos misturaram a cultura popular minhota com a cultura queer: tradição e subversão, ruralidade e cosmopolitismo, sacralidade e profanidade.