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Domingo, Outubro 6, 2024
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Olho de Lince… A morte do rio Vez?

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Frequentador constante do rio Vez, a pérola dos Arcos, cantada em prosa e verso pelos poetas arcuenses do passado e ainda do presente, vejo-o sujo, infestado por quantidades abismais de lontras, visons-americanos, corvos-marinhos, peixes como a perca que frequentam as águas como suas. Sei que a sua conservação não é fácil, até porque pessoas irresponsáveis também nele despejam óleos e outros produtos que contribuem para a desertificação de trutas e bogas e só os barbos vindos do rio Lima aqui vêm desovar. 

Para agravar o cenário, os serviços da edilidade despejam vegetação nas margens, talvez na esperança de que alguma enchente a leve até Viana do Castelo. É verdade. O rio Vez, no dia em que escrevo, encontra-se cheio de manchas das ervas atiradas às margens, uma situação que devia merecer da brigada da GNR ligada ao Ambiente – SEPNA – redobrada atenção.  É que a irresponsabilidade não cabe a A ou a B. Cabe inteiramente à Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, que deveria ter um pouco mais de zelo com o que de mais belo temos para oferecer aos visitantes, e um pouco mais de respeito pelo povo do concelho. É a minha opinião, e, sem ser pretensioso, é a opinião da maioria dos arcuenses. 

Entretanto, o desenvolvimento científico do mundo oferece recursos para a solução de tudo isto, mas para isso é preciso que o Município procure esses recursos, e faça materializar medidas, tal como procura para obras, algumas até dispensáveis ou adiadas. 

O rio Vez deveria ser o espelho turístico de uma terra como a nossa, que dia-a-dia vive de braço dado com a falta de meios que atraiam turistas, a maior parte de curta estadia, enquanto a juventude arcuense continua a procurar outras terras para a sua subsistência. Como arcuense custa-me ter de chegar a esta conclusão. Mas muitas décadas passaram por mim e as soluções continuam adiadas…E a culpa tem os seus culpados, mas eu não faço parte dela…

 

O rio Vez cantado poeticamente…

Fausto, vais passear no rio Vez.

O meu rio, aquele que me embalou

a meus amores, meus versos,

meus versos e meus barcos.

Era este o rio de Tomaz de Figueiredo. E aqui recordo um dos seus livros que, como muitos outros, apodreciam nas caves do Palácio de São Clemente, livros que o salazarismo mandava para o Brasil, na época sua Embaixada, onde apodreciam sem leitores, porque a sua divulgação, entre brasileiros e portugueses, não era aconselhável.  Assim agia o salazarismo, no seu fanatismo e na sua cruel censura. 

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