Não vale a pena falar de barracas, nem vale a pena trocar de nome aquilo que deveria ser a expressão do sentido artístico dos arcuenses. E não vale a pena, pois os arcuenses queixam-se, mas não falam. E nem vale a pena falar da falta de estacionamento, porque os alugueres das barracas e o monopólio das bebidas alcoólicas dão muito dinheiro. É certo que alguns eventos merecem elogios e eu destaco o Arcos Fado Fest que trouxe até nós um fadista de raízes arcuenses, que é de nível internacional, o Marco Rodrigues, que conheci ainda criança e sobre quem Carlos do Carmo me disse por telefone que Arcos de Valdevez tinha em Marco Rodrigues um grande embaixador.
Quero aqui realçar o facto de os emigrantes, na sua maioria, preferirem gozar as suas férias após as Festas do Concelho, enchendo restaurantes que, perto da segunda quinzena de agosto, se libertaram dos inconvenientes da falta de estacionamento e do trânsito caótico. Chega a ser deprimente o cerco ao comércio local, onde até o pequeno parque do DNA ficou noites e dias entulhado de barracas da organização das festas, já não falando do Largo da Azenha, ocupado por pessoas e barracas, que, não sendo dos Arcos, tiveram o privilégio da sua ocupação. Mas o melhor dia das festas continua a ser o seu encerramento.
Os pobres do Alto Minho…
Anuncia-se o progresso da nossa terra, fala-se na sua prosperidade. Pede-se o regresso dos emigrantes, sem as garantias a que eles têm direito, ou mesmo sem qualquer tipo de garantia desde que há mais de 20 anos regressei do Brasil. Mas eu sempre fui um privilegiado…
Antes de tudo, é preciso considerar duas coisas: primeiro, os salários no estrangeiro, especialmente na Europa, são muito superiores aos de Portugal. Mas aqui, pelo menos enquanto o SNS for de graça e o custo de vida o mais baixo da Europa, qualquer tipo de comparação é impossível. Esta é uma condição que todos devem considerar.
Mas há mais, leio o jornal Notícias dos Arcos, de 7 de agosto, e o Instituto Nacional de Estatística apresenta-nos esta dolorosa realidade: Arcos de Valdevez é dos concelhos com rendimentos mais baixos a nível nacional e regional, onde só Ponte da Barca, coisa natural, está abaixo de nós. Em suma: somos os pobrezinhos mais carenciados do nosso País… E, posto isto, na Administração até há boa gente, mas ou estão no Partido errado, ou, então, o deles não ajuda a ninguém…
Atleta olímpico…
Luís Montenegro aparece em Paris, crente de que iria ali arrecadar medalhas de ouro dos nossos atletas. Camisola a rigor, com as cores da nossa representação olímpica. Em Portugal, à mesma hora, fechavam centros de saúde e as parturientes impacientes para dar à luz. O Serviço Nacional de Saúde, a caminho do caos, porque isso é uma das badaladas finalidades deste Governo. Entregar aos privados porque o povo português pode pagar consultas à volta de 100 euros e milhares por qualquer operação! Criticou-se o PS, que não aumentava salários, que as forças armadas, mesmo em paz, ganhavam pouco. Que todas as classes trabalhadoras deveriam ser aumentadas ao mesmo tempo. Ora isso não é possível em país nenhum.
Mas os aumentos chegariam no seu tempo como já vinha acontecendo com o Governo de António Costa. Com o ex-primeiro ministro as finanças de Portugal estavam equilibradas, e em muitos casos o nosso desenvolvimento ultrapassava os níveis europeus. Talvez por isso já se afirma por aí que sem o PS não é possível governar Portugal…
- Peixoto