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Romaria da Senhora da Porta afirma “valores da tradição” em tempo de colheitas

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Realizou-se, no fim de semana de 14 e 15 de setembro, a romaria da Senhora da Porta, que finalizou o calendário de festas populares e religiosas durante o estio no concelho arcuense. Como de costume, o profano e o sagrado conviveram juntos na romaria à qual foi dedicada especial atenção pela mordomia da Senhora da Porta e pela provedoria da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez (SCMAV). 

A folia começou com a mordomia, vinda pela Rua Amorim Soares, a dar entrada no largo fronteiro à porta principal da igreja da Misericórdia e, aqui, foi recebida pelo provedor, Francisco Araújo, que gosta de sublinhar o caráter “tradicional da romaria” e o “orgulho que o povo nutre pelas nossas raízes e pela nossa cultura”.  Findo este “número”, muito peculiar da romaria (reavivada há anos), foi a vez de os Dragões de S. Jorge levarem o rufar dos bombos ao recinto, onde os tocadores de concertina foram os “reis” da festa até à “hora da janta”. Pelas ruas confinantes, os restaurantes foram servindo petiscos e manjares tradicionais como panados, papas de sarrabulho, bacalhau frito e caldo-verde.

Ao início da noite, a assistência concentrada nas proximidades da igreja aplaudiu os romeirinhos do Infantário da Casa Cerqueira Gomes, do Lar Soares Pereira e dos Arcos que foram chegando em bonitas manifestações de fé. A animação que se seguiu ficou a cargo das rusgas (SCMAV, Padre Himalaya, Típica dos Arcos, Couto e Amigos dos Arcos de Valdevez) que, durante horas, cantaram e dançaram, ao som da concertina, no velho lajedo.

No domingo, 15, subiu a primeiro plano a Feira dos doces, compotas e artesanato, onde se foi gerando, pouco a pouco, algum negócio. As doceiras, com uma oferta de iguarias bem tradicionais, e os artesãos, com verdadeiras obras de arte, engalanaram os stands à sua maneira.

A partir das 15h50, o Rancho Folclórico de Távora Santa Maria e São Vicente, com vários elementos infantojuvenis, coroou, debaixo de um calor intenso, a sua exibição com bonitas “modinhas”, abrilhantando, deste modo, a componente profana da romaria, com uma plateia alegre a assistir e à qual foi dedicada a “Cana verde de salto”. No “vira geral”, uma jovem do público dispensou as sandálias e, com os pés descalços sobre o lajeado, juntou-se ao rancho. “Gosto de andar descalça, só que em Paris não o posso fazer!”, gracejou a emigrante que já “não dançava há quatro anos”.

Com algum do público presente a dispersar durante o bazar, procedeu-se ao leilão de uma grande variedade de artigos, entre charcutaria, vinho, mel e produtos da lavoura (batatas, castanhas, espigas, plantas como a espada-de-São-Jorge…), “número” este que antecipou o momento seguinte.

A bênção das uvas, pelo simbolismo que o ritual concede aos frutos da terra, foi, obviamente, uma das cerimónias mais significativas da festa. “Estas uvas, além de fonte de sustento, representam o dom da vitalidade e da força que o Senhor concede aos Homens”, disse o capelão e pároco da comunidade de Arcos de Valdevez, padre Aventino Freitas, acrescentando que o vinho “fortalece a saúde da humanidade”, numa expressão apegada aos valores da tradição e dos costumes. 

A finalizar a romaria, com superlativa exibição coral, no harmonioso canto “Salve, Salve Rainha, Mãe de Misericórdia”, foi celebrada a missa solene em honra da Senhora da Porta, numa eucaristia em que o falecido Francisco Mendes, ex-mordomo e antigo mesário da SCMAV, foi recordado em jeito de homenagem e em seu tributo foi entregue aos filhos uma “placa como prova de reconhecimento pelo trabalho e dedicação” que o finado sempre devotou à causa da Santa Casa e da Igreja. 

A.F.B.

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