As vespas-asiáticas (ou vespas velutinas) não dão descanso aos apicultores no Alto Minho (e não só). A praga está a reduzir, de modo significativo, a produção de mel nesta região, mas os habitats naturais destruídos pelos incêndios, ano após ano, também estão na origem do reduzido rendimento dos apiários.
Os apicultores assumem que os ninhos vespeiros são uma séria ameaça à fileira do mel. Predominam no meio rural em árvores e nas proximidades de casas. No concelho de Arcos de Valdevez, a sua sinalização pode ser feita através de plataforma informática – SOS Vespa –, mas a maioria dos casos é comunicada telefonicamente ou por endereço eletrónico.
Paralelamente, como se não bastasse esta praga, em vastas áreas têm sido consumidas importantes manchas de espécies que as abelhas normalmente polinizam. Consequência disso, os produtores de mel contabilizam prejuízos com a destruição do coberto vegetal (quando é que os montes de São Jorge, Vale e Ermelo se vão cobrir de urzais outra vez?) e dos povoamentos florestais espalhados pelos mais de mil hectares que as chamas varreram há mês e meio.
Voltando à praga que está a ameaçar o setor da apicultura, só no concelho de Arcos de Valdevez já foram exterminadas largas centenas de ninhos desde o arranque da campanha de combate. A destruição de cada ninho vespeiro é precedida de uma validação para confirmar se está ativo e qual a respetiva prioridade, pela proximidade de residências ou local de circulação de pessoas. As operações de destruição são feitas para não deixar “sementes” (a rainha, que põe os ovos, e as obreiras) para não darem origem a outras nidificações.
“Os ninhos tanto podem estar em árvores como em casas devolutas ou barracões”, dizem os apicultores, que estimam grandes quebras de produção desde que as vespas-asiáticas se instalaram na região.
As associações de apicultores manifestam grandes preocupações e falam em prejuízos efetivos devido à praga da vespa-asiática. Denunciam que há um grande número de enxames a desaparecer, ficando as colmeias sem as suas “inquilinas” naturais.
Sem certezas acerca da evolução positiva ou negativa dos ninhos, existe no meio a perceção de que o combate registado em anos recentes, o tempo muito seco em boa parte do ano e as armadilhas para aniquilar as fundadoras estão a ajudar a, pelo menos, conter a praga que, desde 2012, tem eliminado imensas colónias de abelhas e, portanto, destruído inúmeras colmeias saudáveis.
Além destes efeitos perniciosos, a presença da vespa-asiática está a aumentar os custos associados, designadamente em deslocações (aos apiários), tempo que se gasta e alimento para as colmeias bloqueadas, devido à presença por perto daquela espécie invasora.