A Floresta Ilumina atraiu, sobretudo na edição de 2023, uma grande multidão de visitantes, cerca de 70 mil pessoas, segundo a organização, mas, em virtude da procura inusitada, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestes (ICNF), em declarações ao NA, denunciou “perturbação de espécies protegidas” às portas do único Parque Nacional, situação que obrigará a Junta (e os Baldios) a repensar o figurino do evento.
Em entrevista a este jornal, o presidente da Junta de Freguesia de Cabana Maior não se compromete, para já, com uma decisão, embora ressalve o “sucesso” da iniciativa.
“A Floresta ilumina é um sucesso incontestável, atraindo visitantes de todas as idades. A atmosfera mágica e a beleza natural da floresta da Travanca tornaram esta organização um grande evento. Realizámos até agora três edições, mas já se converteu num dos destaques do cartaz da época natalícia”, começa por dizer Joaquim Campos, acrescentando que “o trilho iluminado, além de proporcionar momentos de alegria e magia, tem tido um impacto enorme na economia local, ajudando a impulsionar o turismo no concelho de Arcos de Valdevez”.
O presidente da Junta de Freguesia de Cabana Maior, que também lidera a Comunidade dos Baldios, adianta os dois cenários que estão em cima da mesa. “Para este ano o nosso objetivo seria expandir a área do evento, para acomodar um maior número de visitantes, desde que não comprometesse a experiência e o impacto ambiental. Mas, neste momento, devido à grande procura que o evento já granjeou, estamos a avaliar cuidadosamente toda a situação, porque, se não estiverem reunidas todas as condições, o evento não poderá ser realizado, apesar da grande expetativa que existe. Queremos garantir a sustentabilidade e o sucesso da Floresta Ilumina a longo prazo. A segurança de todos é a nossa principal prioridade”, sublinha Joaquim Campos.
“Foram ultrapassadas as expetativas em termos de visitação”
O assunto foi suscitado em recente reunião de Câmara, com a oposição socialista a interpelar o presidente da edilidade arcuense sobre as questões de “segurança” aduzidas pelo autarca de Cabana Maior. “Fico sem perceber muito bem o que é que o presidente da Junta pretende para que este evento reúna condições de segurança. Mas quem levantou estas questões de segurança? Foi o ICNF? Foi a Comissão de Cogestão? Foi a própria Câmara? O que aconteceu?”, perguntou o vereador João Braga Simões.
Em resposta, João Manuel Esteves frisou que “as questões de segurança se referem, provavelmente, à regulação do tráfego e ao fluxo de pessoas. No caso em concreto, o evento demonstrou que há uma grande apetência das pessoas para este tipo de iniciativas e, por isso, foram ultrapassadas as expetativas em termos de visitação. É evidente que, a realizar-se, vai ter de haver uma alteração do ponto de vista do fluxo de pessoas, isso envolverá forças de segurança e, eventualmente, outros meios”, notou o presidente da Câmara.