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Louvado seja um dia de sol!

Hoje só dou aulas às 12h, assim ainda posso vir aqui marcar o ponto, já que me impus um diário facebookiano.

Sou muito sensível à mudança da hora mas este ano, em que me levanto às 6h30, sinto-me em vantagem, pois às 7 já é dia, de sol, de preferência. O ideal seria chover de noite e sol de dia, lá chegaremos, digo eu, sem desejar que isso aconteça, os avanços tecnológicos fúteis assustam-me. São bem-vindos na medicina, na capacidade de fazerem os humanos felizes, mas não na sofisticação das armas. As guerras inúteis em nome da religião ou ganância territorial, económica, étnica horrorizam-me. O sofrimento implacável infligido pelos senhores da guerra é-me intolerável e faz-me espécie a falta de coração, a corrupção, a maldade (mesmo em questiúnculas minúsculas, há muita gente que faz maldade gratuita, só porque está mal consigo própria), mas está um dia de sol e quero vê-lo e senti-lo na pele.

P.S. O dia foi calmo, às 17h fui buscar os netos Bernardo e Gracinha ao colégio, vieram lanchar cá a casa, como sempre demoram uma eternidade do colégio aqui, falam com toda a gente, afagam todos os cães depois de pedirem licença aos donos, o que aprenderam em Londres, entraram e assaltaram de imediato o frigorífico. O Bernardo puxou um banco, subiu ao balcão e prateleiras como um macaco e inspecionou o armário das bolachas, a última prateleira onde o avô Luís esconde os chocolates e bolachas especiais et voilà, encontrou Smarties que dividiu à má fila com a Gracinha, ela refilou e lá ganhou mais alguns, sabe que o chocolate da avó é 100% de cacau e nem lhe pega, pediram para ver desenhos animados, o que eu deixei com todo o gosto, assim não me destroem a casa. O Bernardo vai fazendo os TPC, deita-se no chão e vai fazendo enquanto vê os desenhos animados, é canhoto, tem uma letra linda e desenha as letras como um artista da Renascença, assim como os números, faz contas de cabeça mais rapidamente do que eu, o que não é preciso muito, enquanto a Gracinha vai dando ordens, não quer estes, quer os da “aranha”, não faço ideia o que isso seja, e eu sinto-me no paraíso.

Maria Paula T. Q. Barros Pinto

By the way, não me deixou dobrar o livro de fichas de matemática, diz que não se dobram os livros, e vendo o Expresso, que o avô Luís compra religiosamente, disse que também queria uma “coisa” daquelas.

 

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