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Quarta-feira, Março 12, 2025
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Ministério da Saúde não abriu vagas para Arcos de Valdevez

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“Governo deixa 3 mil utentes sem médico de família no Centro de Saúde dos Arcos”

“Novo calvário pelo menos até junho de 2025”

O último concurso aberto para a contratação de médicos de família no distrito de Viana do Castelo, através dos hospitais e centros de saúde que integram a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), não satisfez as necessidades sinalizadas pelo Conselho de Administração, que, entretanto, foi exonerado, quando ainda nem sequer tinha completado um ano de mandato. 

Em dezembro do ano findo, foi publicado em Diário da República o mapa de vagas a concurso para a colocação de médicos de família de norte a sul de Portugal, “num processo que voltou a ser nacional depois dos atrasos provocados pela decisão governamental de repartir concursos por cada uma das 39 unidades locais de saúde (ULS) do país”, avultou o vereador João Braga Simões em reunião de Câmara, acompanhada por este jornal.

“E, chegados ao final de 2024, após terem sido identificadas necessidades de pelo menos seis ou sete médicos no distrito de Viana do Castelo, o Governo abre apenas uma vaga. Em Valença. Curiosamente, trata-se da terra do chefe de Gabinete da ministra da Saúde, ex-presidente de Câmara pelo PSD, Jorge Salgueiro Mendes. Estranha coincidência”, ironizou o eleito socialista, médico de profissão.

“Portanto, para os restantes milhares de utentes do Alto Minho sem médico espera-os um calvário de meses, pelo menos até junho, até ao próximo concurso abrir, em meados de 2025, para eventualmente, se forem abertas as vagas necessárias, cobrir as falhas de médico no distrito”, intuiu o líder do PS-Arcos. 

Segundo João Braga Simões, a política da tutela constitui “um total atropelo ao direito a médico de família no Alto Minho, que sempre foi garantido a virtualmente 100% da população nas últimas décadas. Porque, felizmente, este território tem sempre candidatos para as vagas que abre. Nunca ficam vagas vazias em concurso”, ressalvou.

 

“Ataque deliberado ao SNS”

No Centro de Saúde de Arcos de Valdevez (CSAV), atualmente há duas listas que totalizam cerca de 3 mil utentes sem médico de família atribuído e que aguardam colocação de novo médico há vários meses. “E assim ficarão, por inépcia do Governo”, acusa o recandidato do PS à Câmara, para quem “não existe nenhuma boa razão para a tutela abrir apenas 25% das vagas identificadas como necessárias pelas ULS. É um ataque deliberado ao SNS, que, no caso do Alto Minho, atinge populações especialmente vulneráveis e em época de pico epidémico de doenças respiratórias, exatamente quando estes novos profissionais seriam mais necessários”, constata João Braga Simões. 

Na ótica do vereador do PS, “as câmaras municipais e todas as forças políticas deviam clamar por um acesso digno a cuidados de saúde à sua população, o que passa, em primeira instância, pela garantia de médico família a todos os alto-minhotos. Porque falhar na defesa de um pilar básico do Estado é falhar sobre todos os nossos concidadãos”, conclui João Braga Simões.

 

Edil arcuense “preocupado” com a falta de clínicos no CSAV

Confrontado com esta questão, o presidente da Câmara Municipal comunicou que não foi “informado de nada sobre o assunto” e notou que “esta não é a primeira vez que não são abertas vagas para Arcos de Valdevez”, admitindo, no entanto, “estar preocupado” com a falta de clínicos. 

“Concordo que faz sentido perguntar à ULSAM e ao gabinete da ministra da Saúde sobre quais as circunstâncias que presidiram a esta decisão, com o objetivo de minorar o mais rápido possível a situação. Enquanto esta desconformidade não for sanada, estou certo, porém, de que os utentes sem médico de família que se dirigirem ao CSAV serão sempre consultados no período de atendimento ou na consulta aberta”, salvaguarda João Manuel Esteves.

Mas, segundo as diretivas legais, as USF sem carteira adicional de serviços não são obrigadas a atender os utentes sem médico de família nem tão-pouco os utentes esporádicos, a não ser que esteja em risco a vida do utente e a saúde pública. 

A.F.B.

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