A arcuense Eleanor Bramble apresentou o seu primeiro livro de poesia, The Girl In Black Lace, numa sessão interativa, bastante concorrida por colegas, amigos e familiares, que decorreu no passado dia 15 de fevereiro, na Biblioteca Municipal Tomaz de Figueiredo.
The Girl In Black Lace marca o início da carreira literária da adolescente Eleanor Bramble. Escrita em língua inglesa, a obra espelha uma poesia com um “forte cunho pessoal”, que emerge das experiências e emoções da sua adolescência e se elabora entre a realidade e a ficção.
“Para transformar um sonho em algo palpável, é preciso fazer da vida uma obra de arte, saber quem somos e ter a certeza de que pertencemos a essa vida. Eu escrevi este livro, misturando sentimentos reais com momentos fictícios. Meti-me na posição da pessoa que, por algum motivo, passou por um mau bocado e tentei descrever esse sentimento. […] Enfim, emoções que qualquer um pode sentir, mas que nem todos conseguem perceber”, começou por dizer Eleanor, de 16 anos.
“A vida é um turbilhão de loucura e tristeza, […] no fundo tudo se resume à liberdade. E é verdade, precisamos de ser livres para alcançar o paraíso e, se o queremos encontrar, temos de abrir caminho até ele, passo a passo, rumo à luz”, acrescentou a jovem poetisa que quer descobrir na escrita poética (ou romanceada) “o verdadeiro eu”.
A autora aproveitou a sua alocução para dar conselhos ao auditório de colegas e amigos: “Diverte-te como se fosse o último dia na Terra! Dança, bebe, escreve a tua história nos momentos de loucura e riso! Sê quem és! Não deixes espaço para arrependimentos! Olha para trás e lembra-te do que te fez jovem, […] do que libertou a tua alma das sombras. […] Porque a vida é divina”, exortou Eleanor, explicando a razão por que optou pela língua de William Shakespeare.
“Nunca falo mal da língua portuguesa, mas esta não é para mim, porque, para [abordar] temas sensíveis, acho-a muito agressiva. Quando se diz um ‘palavrão’ em inglês até parece mais suave. Na língua inglesa, as palavras encaixam muito bem umas nas outras, em português temos de dar uma volta grande”, concluiu.
The Girl In Black Lace integra a coleção Poetas Livres, da Contra Escrita (editora independente fundada pelo poeta, tradutor e editor Philipe Pharo), que se dedica a divulgar obras de autoras e autores contemporâneos, com um foco particular na poesia feminina.