Uma peça em madeira que ilustra os anos dourados da navegação portuguesa “atravessou” o rio Hudson e está agora nas instalações do histórico e centenário Sport Club Português (SCP) de Newark, em Nova Jérsia, enquanto não é transferida para a sua área museológica.
Representativa do período português da navegação oceânica (que conheceu o seu apogeu entre os séculos XVI e XVIII), a caravela terá chegado a Nova Iorque em meados da década de 1960, para adornar a entretanto extinta “Casa de Portugal”. Manteve-se em diferentes sedes de organismos estatais portugueses acreditados em Nova Iorque, até à sua transferência para o SCP.
“Esta peça, como qualquer outra que retrate a nossa epopeia marítima e a nossa época de auge, está sempre ligada aos grandes momentos da História de Portugal, àquilo que o nosso país foi e representou no mundo e àquilo que foi a primeira grande globalização histórica”, afirma o comandante Miguel Pargana, capitão de Mar-e-Guerra afeto ao gabinete de ligação da Marinha Portuguesa junto da sua congénere norte-americana em Filadélfia.
Segundo o jornal Luso-Americano, “a caravela foi trazida para Nova Iorque por um funcionário do estado português, Ramiro Valadão, que chefiou a ‘Casa de Portugal’ em Manhattan de 1965 a 1969 e que mais tarde assumiria a presidência da RTP em Lisboa”. Segundo acrescenta o jornal das comunidades, Valadão entendeu que a caravela seria “o melhor símbolo, um nobre e distinto padrão de supremo valor histórico, para identificar
a imagem de Portugal nos Estados Unidos da América”.
Montado em 1995 no primeiro andar da sede do SCP, o museu reúne “centenas de peças, incluindo objetos ligados à passagem histórica de Gago Coutinho pela coletividade da Prospect Street”, diz o presidente da Mesa da Assembleia Geral do SCP, o arcuense Jack Costa.
“Estamos a preparar o museu para receber a caravela, de modo a fazermos um enquadramento de forma digna na coleção”, acrescenta Jack Costa, que também preside à Associação Amigos do Vale.