O envelhecimento da população ativa, o consequente abandono da vinha e o fenómeno das alterações climáticas estão a contribuir para o “gradual aparecimento de mais pragas e doenças da vinha no Alto Minho, Arcos de Valdevez incluído”.
“A presente campanha vitícola, marcada por longos períodos de temperaturas amenas, abundância de tempo húmido e com alguma pluviosidade, sem esquecer a falta de oportunidade para efetuar os devidos tratamentos fitossanitários, tem revelado o aparecimento de doenças fúngicas, como o oídio e, especialmente, o míldio da vinha, que ataca e destrói varas, folhas e cachos. Claro que a severidade do ataque está relacionada com o clima, mas é, sobretudo, determinada pela existência de vinhas em regime de abandono ou exploradas de uma forma menos profissional, originando grandes ataques destas doenças, facto que leva à destruição da futura produção de uvas”, diz João Pereira, da Adega Cooperativa de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez (ACPBAV).
Segundo o técnico da referida Adega, “os proprietários e exploradores destas vinhas abandonadas ou com doenças são obrigados a proceder ao arranque das mesmas de forma a minimizar a contaminação das vinhas sãs ao seu redor. Quem não o fizer, está a infringir a legislação em vigor, com coimas associadas”, alerta João Pereira.
“Os produtores que se sintam lesados por esta situação devem comunicar a existência de vinhas abandonadas junto da zona agrária do Ministério da Agricultura, de modo a que este organismo proceda à notificação do proprietário com vista ao arranque da vinha abandonada”, conclui o técnico da ACPBAV.
A.F.B.