Os dados e os números do técnico Pedro Matos, da Adega Cooperativa de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca (Barcos Wines), deixam antever uma “boa” campanha vinícola. Apesar disso, os produtores estão na expetativa, porque o clima está alterado e há alguma imprevisibilidade.
“É de prever uma produção inferior em quantidade nos brancos, mas a safra dos tintos será idêntica. De acordo com as análises que temos feito, 2024 vai ser um ano com uma acidez ligeiramente menor face a 2023”, adianta Pedro Matos.
Segundo o técnico da Barcos Wines, o início da produção sofreu algumas distorções, “devido à chuva persistente, que provocou ataques de míldio, foi uma fase complicada, mas conseguimos controlar, sem danos de maior. No passado mês de junho, algumas vinhas foram atingidas por granizo, sem que, no entanto, tivesse sido necessário acionar o seguro. Este mês de agosto houve episódios de escaldão, por causa do calor tórrido, e para meia dúzia de produtores acionámos o respetivo seguro. Mas, de um modo geral, a qualidade das uvas é boa”, constata o responsável.
Até à vindima as condições climatéricas podem fazer toda a diferença. “Nesta fase de maturação, o ideal é não haver precipitação. Também as temperaturas muito elevadas não são convenientes, inclusive para o transporte das uvas”, acrescenta Pedro Matos.
De referir que, atualmente, a Barcos Wines “exporta cerca de 80% da sua produção”, sendo “os mercados favoritos a Polónia, o Brasil, os Estados Unidos da América, o Reino Unido e a Ucrânia”, entre muitos outros países.