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Consórcio integra a CIM Alto Minho Projeto FIREPOCTEP+ procura soluções inovadoras para a prevenção e combate aos incêndios florestais no espaço transfronteiriço

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Um consórcio constituído por entidades públicas, universidades, fundações privadas e centros tecnológicos vai implementar o projeto FIREPOCTEP+ para reforçar os sistemas de prevenção e combate aos incêndios florestais na região transfronteiriça de Portugal e Espanha com vista à revitalização das zonas rurais. A iniciativa, financiada pelo Programa Interreg Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027, é liderada pela Universidade de Vigo e tem como parceiros, entre outros, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, a CIM Região de Coimbra, a CIM do Algarve, a Universidade de Évora e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. 

Os fogos florestais tornaram-se cada vez mais recorrentes devido ao descontrolo de queimas e queimadas, ao incendiarismo, às alterações climáticas e à desflorestação. Segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, tanto Portugal como Espanha estão entre os Estados da União Europeia mais vulneráveis às alterações climáticas, prova disso é que, nos últimos trinta anos, os dois países têm sido palco de incêndios cada vez mais severos e devastadores – só o Parque Nacional, do lado da serra de Soajo, foi atingido por três grandes incêndios em menos de vinte anos (2006, 2010 e 2016). As florestas e a cadeia de produtos a elas associadas são de grande importância nas respetivas economias, apresentando, assim, importantes oportunidades para a melhoria do desenvolvimento rural. Mas o clima, de influência atlântica, e as secas comuns criaram as condições propícias para o desenvolvimento da vegetação em boa parte do ano, com impacto na severidade dos fogos. 

Segundo os promotores da iniciativa, “os incêndios constituem mesmo um dos principais obstáculos à sustentabilidade das florestas e dos ecossistemas que lhes estão associados”, provocando a sua “degradação”, bem como um “desequilíbrio na oferta de bens e serviços”, tanto económicos como sociais e ambientais, com uma “forte perda de biodiversidade”. Além das consequências diretas, os incêndios florestais “acarretam o risco associado a outras catástrofes naturais” – a degradação dos solos, provocada pelos incêndios, aumenta o risco de inundações, com prejuízos naturais, económicos e sociais daí decorrentes.

O projeto FIREPOCTEP+ germinou para tornar a paisagem resiliente face a grandes incêndios florestais, melhorar a resposta a catástrofes e aperfeiçoar a operacionalidade dos meios. Neste sentido, os vários parceiros pretendem abordar a problemática dos fogos de uma forma “abrangente com o intuito de adotar um plano conjunto de ações de combate a incêndios”. Para atingir este objetivo, o projeto centra-se na criação de um “sistema eficaz de intercâmbio de informações entre os dois países”, no “estabelecimento de um quadro de governação florestal para a União Europeia”, no “estímulo à colaboração técnica público-privada” e na “investigação e análise dos impactos das alterações climáticas nos incêndios”.

Este projeto, considerado “inovador”, responde diretamente aos desafios identificados pelo novo Programa Operacional POCTEP 2021-2027, reconhecendo “os incêndios florestais extremos como um dos mais importantes riscos naturais no espaço de cooperação”.

A.F.B.

 

Notas

Desenvolvimento de “tecnologias inovadoras” 

O FIREPOCTEP+ vai trabalhar no desenvolvimento de “tecnologias inovadoras” para combater incêndios, bem como na formação de técnicos locais. “Estas ações ajudarão a dinamizar a economia local, proporcionando uma solução duradoura para prevenir incêndios florestais”, adianta o consórcio. 

O projeto FIREPOCTEP+ vai identificar as Zonas Estratégicas de Gestão aplicando as conclusões do POCTEP 2014-2020. A isso acresce a transferência de conhecimento e desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para a prevenção/gestão de incêndios florestais, bem como a obtenção e validação de indicadores-chave harmonizados para as várias regiões raianas.

 

Utilização de Inteligência Artificial

O Centro Tecnológico EnergyLab vai trabalhar na obtenção de um sistema de alerta precoce utilizando algoritmos de Inteligência Artificial e no desenvolvimento de uma ferramenta ativa de simulação de incêndios (tendo em conta variáveis como a temperatura ambiente, a humidade e a massa combustível disponível), com base em dados existentes sobre incêndios anteriores nas diferentes áreas. Noutro plano, também será estudada a implementação de um sistema de visualização de alertas, que permitirão, de uma maneira ágil e rápida, visualizar toda a informação gerada. 

 

Alinhamento com o Pacto Ecológico Europeu

O FIREPOCTEP+ “está alinhado com as ações delineadas no Pacto Ecológico Europeu”, com enfoque na “mitigação do impacto das alterações climáticas”. Além disso, o consórcio “prossegue os objetivos da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço, colocando, entre as suas prioridades, a necessidade de reforçar a coordenação dos recursos fronteiriços relacionados com a Proteção Civil e a adaptação dos protocolos de emergência nos dois lados da fronteira”.

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