Debate recorrente. O concelho de Arcos de Valdevez, ano após ano, é fustigado por um elevado número de deflagrações, detendo habitualmente o recorde de ignições nos vários relatórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Ontem como hoje, há a forte suspeita de mão criminosa em muitas das ocorrências, mas os peritos são de opinião que a densa massa combustível existente e as elevadas temperaturas também não são alheias à propagação e à severidade dos fogos.
Os comportamentos de risco – seja por negligência, seja por dolo – têm merecido palavras de condenação, só que as soluções apresentadas noutros verões para travar a destruição da floresta não estão a ser implementadas no território. Por exemplo, no verão de 2020, devido à ocorrência de um grande número de ignições no Alto Minho, foi decidido, em reunião da Subcomissão Distrital de Proteção Civil, que os municípios da região passassem a “implementar sistemas de videovigilância de deteção de incêndios” para “permitir às forças de segurança uma rápida intervenção”, mas esta medida, até à data, ainda não foi adotada no Alto Minho.
Nessa mesma altura, tal como agora, foi sublinhada a necessidade de reforçar “o efetivo de patrulhamento e vigilância das autoridades, nomeadamente em espaços rurais e florestais”, com o objetivo de prevenir comportamentos de risco, tendo em conta que “a maioria das ocorrências tem origem no uso do fogo junto de áreas florestais”.
Partindo do princípio de que “é preciso capacitar para cuidar e rentabilizar”, o edil João Manuel Esteves (PSD) e o líder da oposição, João Braga Simões (PS), em recentes reuniões de Câmara, teceram reflexões sobre a problemática dos incêndios, apontando soluções para mitigar o efeito dos mesmos.
