O chefe do Agrupamento 214 de Arcos de Valdevez, do Corpo Nacional de Escutas (CNE), vai deixar a Direção da coletividade até 26 de fevereiro. Após mais de cinquenta anos de serviços prestados, Fernando Ribeiro vai abandonar o cargo devido ao novo regulamento de limitação de mandatos.
Fernando Ribeiro realizou a promessa de escuteiro a 10 de junho de 1969 e um ano mais tarde já assumia as funções de dirigente. A 10 de janeiro de 1976, ingressou na Direção do Agrupamento 214 de Arcos de Valdevez, conseguindo, através da sua simplicidade e dedicação, cativar a admiração de todos. Com persistência, trabalho e empenho, dotou o Agrupamento de boas condições para a prática do escutismo, concretizando, em 2015, um sonho com a construção do Centro Escutista de Arcos de Valdevez (CEAV), no lugar de Rodelas (Rio Frio).
Na cerimónia de inauguração, Fernando Ribeiro sublinhou que “os escuteiros de Arcos de Valdevez não pretendem criar um centro grandioso no seu espaço (área), no entanto, pretendem que o mesmo seja uma referência em termos de qualidade, ao serviço dos escuteiros locais, dos seus Irmãos da região e, naturalmente, dos de outras paragens que pretendam usufruir do equipamento”.
Distinguido em 2018 pelos 49 anos dedicados ao escutismo
Fernando Ribeiro foi condecorado com a Cruz de S. Jorge, 2.ª classe (prata), no dia 9 de junho de 2018, pelos relevantes serviços que prestou ao escutismo católico português e pelo exemplo de vida que foi para os mais novos. A cerimónia de entrega da medalha outorgada pela Junta Central do CNE, sob proposta da Junta Regional de Viana do Castelo, coincidiu com o reconhecimento do CEAV como núcleo de “Excelência”.
Em substituição do chefe nacional do CNE, a medalha foi entregue pelo chefe regional do CNE de Viana do Castelo, Manuel Vitorino, que, recorde-se, considerou “mais do que justo o reconhecimento do CNE ao trabalho que Fernando Ribeiro tem desenvolvido em prol do escutismo e do empenho que colocou na abertura e dinamização do CEAV”.
Na tribuna, o agraciado não escondeu a emoção. “Estou sem palavras! Fui apanhado de surpresa. Vocês não esperaram pelos 50 anos, obrigado! É uma atitude bonita! É bom fazermos homenagens enquanto estamos vivos”, declarou Fernando Ribeiro.
O que diz o Regulamento sobre a Cruz de S. Jorge
- A Cruz de S. Jorge destina-se a premiar associados dirigentes que mereçam especial agradecimento.
- É constituída por uma Cruz de S. Jorge com a flor-de-lis sobreposta ao centro, suspensa por uma fita vermelha com uma risca central branca, usando-se do lado esquerdo do peito.
- A Cruz de S. Jorge tem três classes: 3.ª classe (bronze), 2.ª classe (prata) e 1.ª classe (ouro).
- É concedida pela Junta Central, sob proposta da Junta Regional, com relatório circunstanciado.
