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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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Gado à solta revolta população

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Começa a ser recorrente a denúncia de gado à solta no concelho de Arcos de Valdevez, principalmente nas freguesias de montanha onde a agropecuária é a principal fonte de sustento de muitas famílias. De tempos a tempos, avultam os casos de estragos causados em hortas e pastos, mas só uma ínfima parte dos afetados é que participa os danos às autoridades.

Há relatos de animais perigosos em liberdade que não estão controlados e que investem sobre pessoas, algo que já aconteceu em diferentes momentos na Miranda, em Rio Frio ou em Senharei. Em tempos foi suscitada a hipótese de retirada ou abate dos animais no caso de não serem identificados os respetivos proprietários, mas a medida não avançou. 

Diferente é a situação dos animais que, por regra, aparecem nos lugares, esses têm dono e, normalmente pelo brinco ou pelo chip, consegue-se chegar aos proprietários. Tem havido casos, esporádicos, em que os lesados cercam os animais, a GNR faz o auto de notícia e o produtor pecuário é multado, pagando o pasto aos donos do terreno. Mas, na maioria das situações, por receio de represálias, os lesados preferem deixar passar. 

Em Vilar de Suente (Soajo), Maria Branco não cala a revolta. “Cada vez mais estas situações nos deixam revoltados. O gado que anda noite e dia abandonado, sem qualquer pastoreio, destrói tudo o que aparece pela frente, enfim, pastos, árvores de fruto, plantas ornamentais… A semana passada, o gado já tinha destruído pequenas árvores de fruto em propriedade de pessoa familiar. Por onde entram os animais? Abrem cancelas? Portelos? Acreditamos que sim”, ironiza a popular. 

“Cada vez dá menos vontade de fazermos algo bonito na nossa terra. Agora que estamos a fazer coisas bonitas, sustentamos os animais de quem vive dos subsídios. Com tudo isto, perdemos ‘conhecidos’, porque, acham, que em Vilar de Suente somos maus”, desabafa Maria Branco. 

Perigo redobrado na estrada

Segundo este jornal já testemunhou, há imenso gado (bovino e equino) ‘abandonado’ a apascentar livremente em caminhos públicos, a vaguear na estrada e a “passear-se” em quintais. 

A deambulação de gado em estradas de montanha tem provocado sustos aos condutores desprevenidos. A estrada que atravessa Soajo e freguesias vizinhas, com alguns sinistros registados ao longo dos tempos, é uma das que requerem mais cuidado ao volante.

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