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Domingo, Outubro 6, 2024
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PS questiona executivo sobre casos de “sem-abrigo” e de “más práticas ambientais”

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“Há relatos de pessoas em situação de sem-abrigo nos Arcos”
O vereador João Braga Simões, do PS, denunciou a existência “de pessoas em situação de sem-abrigo nos Arcos” na reunião de Câmara de 23 de novembro.
“Há situações de sem-abrigo no concelho, especificamente na margem esquerda do rio Vez, em frente ao Ecoparque, com a instalação, há bastantes meses, de tendas e a existência de roupa estendida. Também no edifício do Matadouro (imóvel municipal) há relatos de um sem-abrigo que ali pernoita, dado haver arrumos de alguém que vive pelo menos durante parte dos dias. Perante isto, interessa perguntar se o Município já interpelou as pessoas para saber as condições em que vivem e por que razão vivem sem teto, e se lhes foi oferecida alguma solução”, inquiriu o jovem médico.
Em resposta, o vereador da Proteção Civil disse “ter comunicado a primeira situação relatada às autoridades”. “Alertei a GNR sobre o caso nas imediações do rio Vez, a Câmara não tem autoridade para tirar dali as pessoas. O Município tentou arranjar uma solução, […], independentemente disso, é uma situação que não é tolerável, mas temos de respeitar os trâmites legais. Estamos à espera que a GNR faça as diligências para sanar este problema. Devo referir, no entanto, que o casal não dorme lá, pernoita em casa de familiar”, observou Olegário Gonçalves.
Em relação a este caso, a vereadora da Ação Social acrescentou que “o casal montou a barraca no ano passado e, de vez em quando, vai lá estender roupa e inclusive carrega um plasma, que depois é levado para a procedência. Estas pessoas têm retaguarda, pois dormem em casa de um familiar, não é um problema nosso. A GNR já se deslocou ao local com um funcionário da Câmara e a Guarda ficou de sanar a situação, uma vez que é proibido acampar naquele local”, ressalvou Belmira Reis.
Quanto à situação descrita nas instalações do Matadouro, a vereadora da Ação Social disse “desconhecer” o caso, ao contrário do vereador da Proteção Civil. “A informação de que haveria uma pessoa a pernoitar no Matadouro chegou-me em meados de novembro, ainda não tive oportunidade de a confirmar, mas a mesma será comunicada à GNR. Com o arranque das obras do Matadouro, a breve prazo, essa situação ficará sanada, sendo certo que para nós é importante a condição socioeconómica e a condição de saúde deste presumível sem-abrigo”, sublinhou Olegário Gonçalves.

“Município está a sacrificar a biodiversidade do rio Vez”
Noutro plano, a oposição municipal denunciou o desmonte “indiscriminado” de árvores na margem direita do rio Vez no âmbito das obras do Ecoparque do Vez, colocando objeções legais ao corte. “Foram abatidas entre 10 e 12 árvores. Segundo julgo saber, estão proibidos abates de árvores com um porte acima de 20 cm de diâmetro nas margens dos rios. Não sei se o objetivo é o passadiço permitir a travessia dos cidadãos à altura da copa das árvores, segundo o projeto apresentado em tempos. Mas, nesta circunstância, há 20% ou 30% das árvores que foram abatidas, a questão que se coloca é saber se existe algum parecer da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a autorizar o desmonte”, interpelou João Braga Simões.
Para o vereador socialista, as consequências para o ambiente são “nefastas”. “Ao destruir mais um pedaço deste corredor verde nas margens do rio Vez, aproxima-se o risco de sacrificar a biodiversidade do rio Vez, correndo-se o risco de deixar de ver lontras selvagens e a garça-real. Estamos a destruir os habitats e os ecossistemas onde estes animais vivem e que todos gostamos de ver na zona urbana”, alertou João Braga Simões.
Em resposta, o vereador do Ambiente e dos Espaços Verdes garantiu que “o Município teve parecer favorável da APA para fazer a referida operação, as árvores cortadas estavam em mau estado fitossanitário (podres). De resto, ainda há várias árvores por cortar junto da margem, porque as mesmas se encontram em risco de queda ou ressequidas. Os exemplares removidos estão a ser substituídos por outro tipo de espécie. Se foram abatidas dez árvores, vão ser plantadas entre quarenta e cinquenta”, assegurou Olegário Gonçalves.

“Ecovia do Vez é uma grande atração dos Arcos”
Mas as preocupações do PS estendem-se a outros tramos do rio Vez. “Fruto das operações que a Câmara faz nas restantes margens, com abates cegos da vegetação ripícola, o que se antevê é uma perda da biodiversidade e uma crescente deterioração das margens, já visível em certos troços da Ecovia do Vez. As intervenções desaconselhadas, da responsabilidade da Câmara, estão a artificializar aquilo que a Natureza fazia muito bem, com a vegetação ripícola e com as árvores a crescer”, notou João Braga Simões.
No contra-ataque, o vereador do Ambiente rebateu a argumentação da oposição. “Relativamente à Ecovia do Vez, existem duas opções: não temos ecovia, e logo não há turismo nem desenvolvimento nos Arcos, ou temos ecovia e é preciso limpar. O PS que se decida sobre o que pretende, sendo certo que esta é uma infraestrutura que requer manutenção”, reforçou Olegário Gonçalves.
“A Ecovia do Vez é uma grande atração dos Arcos e, este ano, vamos ter de efetuar uma despesa avultada, devido aos impactos das cheias. Por outro lado, as margens deviam estar mais bem cuidadas, temos a esperança de conseguir mobilizar a APA para uma substancial operação de limpeza das faixas que marginam o rio, porque em grande parte do seu curso o Vez não se vê”, concluiu o vereador da maioria social-democrata.
A.F.B.

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