“Freguesia é uma marca nacional”
A cumprir o terceiro mandato consecutivo à frente da Junta, Sérgio Rodrigues diz que a “freguesia de Sistelo é, hoje, uma marca nacional” e considera a “criação de riqueza” como uma das grandes conquistas do trabalho empreendido desde finais de 2013.
“Apesar de estarmos num território que sofre o flagelo do despovoamento, ainda assim, conseguimos criar dinâmicas, não só económicas como também sociais, que asseguram a sustentabilidade futura. O que fizemos com a eleição de Sistelo como aldeia ‘Maravilha’, a classificação da Paisagem Cultural como ‘Monumento Nacional’ e o projeto do Centro Interpretativo na Casa do Castelo foi aproveitar os nossos recursos. […] Acima de tudo, conseguimos criar riqueza para a nossa freguesia, ajudando a melhorar as condições de vida de quem cá vive”, começa por dizer o jovem autarca, antes de explicar a razão de ser das “conquistas”.
“O trabalho é, sem dúvida, o segredo para esta realidade, mas também a resiliência, a dedicação e o amor a esta terra. Acho que a grande mais-valia reside nas equipas fantásticas que compõem os órgãos autárquicos da freguesia (Executivo e Assembleia), que acreditaram, e acreditam, no projeto, sem esquecer as sinergias criadas entre a Câmara e a Junta, que têm logrado maximizar as oportunidades de investimento”, explica Sérgio Rodrigues.
Numa altura em que o planeta debate políticas de combate às alterações climáticas, o presidente da Junta de Sistelo é de opinião que a valorização da natureza deve estar ao serviço da economia. “O desenvolvimento não é sustentável sem criação de riqueza e, portanto, a nossa estratégia consiste em exportar o nosso melhor recurso que é a paisagem. […] Com isso, temos contribuído muito para a saúde e o bem-estar de muita gente, assim como para a alavancagem da economia”.
Não obstante os impactos negativos da massificação, as infraestruturas de lazer e as paisagens de cortar a respiração têm sido um precioso aliado para a projeção de Sistelo enquanto destino turístico. “Pelas nossas estimativas, em 2022, tivemos bem perto dos 100 mil visitantes, sendo que a ecovia contou com cerca de 21 mil passagens (no ano findo). Desde a execução dos passadiços, fizeram a sua travessia mais de 250 mil pessoas, sendo o mês de agosto de 2020 o período que registou um número maior de passagens (22 157) – contas feitas, Sistelo teve mais de 750 mil visitantes desde o início de 2018”, congratula-se Sérgio Rodrigues.
Fruto desta dinamização, “foram criados 13 postos de trabalho permanentes e alguns a meio-tempo”. Ao nível do imobiliário, foram “adquiridas 15 casas e recuperadas mais três imóveis de proprietários locais”. Entre aquisições/reconstruções de edificado e criação de negócios, “temos uma previsão a rondar os 2 milhões de euros de investimento privado, executado ou programado”, estima o presidente da Junta.
Projetos em curso e em vista até 2025
O mandato de Sérgio Rodrigues à frente dos destinos de Sistelo termina daqui a dois anos e meio, sensivelmente, mas até lá “há ainda muito trabalho” para fazer. “Temos em curso a realização do projeto de ‘Reabilitação do Património Local e Ambiental da Paisagem Cultural de Sistelo’, um investimento a rondar os 200 mil euros, bem como o projeto do Mercado Local de Sistelo, um investimento de cerca de 70 mil euros, ambos financiados por fundos comunitários, mas temos planos para iniciativas que ultrapassam a próxima década”, adianta o autarca social-democrata, desvendando ainda os projetos em mente para concretizar (ou arrancar) até setembro/outubro de 2025.
“Até ao termo do mandato, além de ver implementado o grande projeto ‘Sistelo Slow Food Village’, gostava de iniciar a obra tendente à manutenção de todos os socalcos da Paisagem Cultural, assim como o projeto de reabilitação das margens do rio Vez, desde o Sr. dos Aflitos até à Ponte Medieval, sem esquecer a iniciativa para um Parque Ecológico e de Aventura na encosta da Portela de Alvite”, aponta.
Noutro plano, estão concluídas as obras de estabilização da vertente que aluiu a 27 de junho de 2021. “A ferida está cicatrizada e a paisagem totalmente reposta. Conseguida a estabilização dos terrenos, ficou salvaguardada a segurança da aldeia, pelo que, depois do enorme susto que apanhámos na altura, podemos, por fim, respirar de alívio”, conclui Sérgio Rodrigues.
A.F.B.