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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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Arcos de Valdevez vibra ao ritmo do folclore e das concertinas Arraial de tradições até domingo

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Começaram no passado domingo as Festas do Concelho e, como habitualmente, a vila dos Arcos traja o seu fato de gala na semana mais animada do ano que entrecruza folclore, rusgas, concertinas, cantares ao desafio, concertos, diverso entretenimento infantil e gastronomia. Mas o programa até ao próximo domingo, 11 de agosto, ainda reserva o espetáculo “O Mundo a Dançar”, o concurso agrícola, o concerto da banda The Gift, o cortejo etnográfico das freguesias, o festival Ínsua do Vez, a “serenata” do rio e o grande concerto da Banda arcuense. Enquanto isso, o ciclo religioso só será celebrado no último dos oito dias de romaria.

O cartaz referente ao primeiro dia teve como pontos altos o folclore e os encontros espontâneos de tocadores de concertina, expressões máximas da tradição e dos usos populares em qualquer localidade que se preze do Alto Minho. Com os seus típicos trajes, exibidos com indisfarçável orgulho, e as respetivas estúrdias, subiram ao tablado instalado no lotado Anfiteatro do Trasladário (AT) o Rancho Folclórico de Távora Santa Maria e S. Vicente, o Rancho Folclórico Danças e Cantares de Paçô, o Rancho Folclórico de S. Pedro de Souto, o Rancho Folclórico de Arcos S. Paio, o Rancho Típico e Folclórico de Vilela, o Rancho Folclórico Alegria Portuguesa de Gironde (França) e o Rancho Folclórico da Casa dos Arcos de Paris (França).  De registar a participação de vários elementos infantojuvenis, os melhores herdeiros deste património etnográfico.

Durante e depois do folclore, quem quis atravessou a avenida em direção a norte para dançar à boleia do Conjunto Carlos Rodrigues, no Largo da Azenha (LA). Aqui e acolá, dá-se o reencontro de amigos e familiares, seja de residentes ou de emigrantes. Sob a mesma toada, no dia 5, foi a vez de os cantares ao desafio fazerem sobressair as desgarradas com uma maioria de cantadores jovens (arcuense Daniel Sousa incluído) a arrancar cantigas de improviso em série. Na outra ponta, no palco montado no LA, tocou a Orquestra Microsom que presenteou o público com música, alegria e boa disposição, num cenário especialmente privilegiado pelas belas vistas.

Com origens nos Arcos, ou nos concelhos vizinhos, mas a ganhar a vida além-fronteiras, o grande contingente de emigrantes a passar férias já está contagiado pela atmosfera da romaria – aos conterrâneos que um dia deixaram as suas raízes em busca de uma vida melhor foi consagrado o dia 6 com arraial a cargo de Delfim Júnior & Ympério Show (Festa do Emigrante). 

À grande avenida, acercam-se muitos grupos (com sotaque estrangeiro maioritariamente) em várias direções: uns acomodam-se nas tasquinhas, onde são servidos petiscos variados, outros detêm-se um pouco nas tendas de “marroquinaria” e as famílias com crianças procuram os carros de choque, o Parque Infantil da Avenida Recontro de Valdevez e os carrosséis para “passeios” radicais

 

Desfile etnográfico 

As freguesias e o movimento associativo terão a seu cargo a recriação dos usos e costumes, bem como a mostra dos produtos e dos saberes do mundo campestre, num cortejo – entre a Rotunda da Solidariedade e a Rotunda da “Ponte Nova” – onde são de esperar quadros intimamente associados à identidade arcuense. O desfile irá sair à rua na próxima sexta-feira, 9 de agosto, depois das 21.30. Mas o peso da tradição hortofrutícola do concelho será retratado já esta quinta-feira, 8, a partir das 16.00, no Mercado Municipal, onde os produtores locais farão questão de mostrar um diversificado cabaz de exemplares extraídos da terra. 

Ainda no dia 8, mas à noite (22.30), os Gift apresentam alguns dos temas que guindaram a banda de Alcobaça à escala internacional. 

 

Programa religioso

Já o dia grande para os fiéis está marcado para domingo, 11 de agosto. Pelas 17.00, no adro da igreja da Lapa, é dita missa campal em honra de Nossa Senhora que empresta o nome às festas. Finda a eucaristia, a imagem sairá do templo em procissão (18.00) e nela tomarão parte, além de outros quadros, as bandeiras das paróquias do arciprestado de Arcos de Valdevez. 

 

“Viagem por Portugal” na Festa do Rio

Para a maioria dos foliões é o ponto alto das festas: a serenata dos barcos alegóricos, este ano tendo como proposta uma “viagem por Portugal”. Está anunciado um espetáculo cheio de cor e de brilho, com o cortejo de esculturas a deslizar pelas águas do rio Vez alguns dos tesouros que povoam o território nacional.  

O grande “número” da romaria, tendo o rio Vez como cenário idílico, está a ser trabalhado há meses na oficina de Nuno “Mokuna”, que dá largas à imaginação concebendo autênticas obras de arte, fruto de um trabalho meticuloso, que mistura carpintaria, escultura e pintura. A festa do rio, com música e locução ao vivo, está reservada para as 22.30 do próximo sábado, 10, junto à Ponte Centenária. 

 

Queixas do público

Apesar do empenho que a Câmara e a Folia estão a emprestar ao evento, sobram, no entanto, muitas queixas do povo devido ao “estacionamento caótico”, à “supressão de vários corredores de circulação pedonal” (ocupados por tendeiros e rulotes) e à “transformação dos parques de estacionamento em espaços de diversão e recreio” (ou em praças de alimentação), inclusive vários dias antes do arranque das festas. E o parque do Riva, praticamente o único que, nesta altura, não está vedado ao estacionamento, “tem aspeto de ser um parque de autocaravanismo”, ironizam as pessoas. 

Há vários anos que é reclamada uma solução para a escassez de estacionamento na vila arcuense, “um parque que podia ter sido feito na antiga Quinta do Espírito Santo”, uma observação constante, mas a verdade é que o executivo municipal optou por construir aí o Ecoparque do Vez.

Entretanto, para os que não têm problemas de locomoção, há quem lembre que, “a centenas de metros do centro da vila arcuense, existem muitos lugares de estacionamento desaproveitados nas imediações do complexo desportivo da Coutada”, mas por estes dias prevalece a demonstração prática da “ausência de civismo”, com carros ‘parqueados’ em passeios, segundas filas, áreas verdes, linhas amarelas ou rotundas…

A.F.B.

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