Depois do anúncio da recuperação do Cineteatro Alameda, projeto que até já foi objeto de candidatura a financiamento, o Município de Arcos de Valdevez aprovou a aquisição das frações A e C adstritas ao Café e Restaurante Alameda, no valor de 565 mil euros. Por as prestações a liquidar, de forma faseada, serem superiores a 100 mil euros (ano), a proposta, com a respetiva repartição de encargos, terá de ser discutida e votada em sede de Assembleia Municipal.
Os proprietários das referidas frações, uma vez informados das intenções da Câmara Municipal, “mostraram disponibilidade para alienar o salão de jogos, o café, o restaurante com o seu amplo salão e o logradouro”, começou por dizer o edil João Manuel Esteves na reunião de Câmara de 30 de janeiro.
A partir da avaliação que foi feita ao imóvel e das negociações entabuladas com os proprietários, que tiveram em linha de conta algumas questões processuais, como o pagamento faseado do valor em causa, chegou-se ao “montante de 565 mil euros, a saldar em prestações anuais, durante um triénio. A primeira tranche, de 190 mil euros, será paga em março de 2025 por altura da celebração da escritura; a segunda ocorrerá em março de 2026 de igual valor; e a terceira prestação será realizada em 2027 no montante de 185 mil euros”.
“Galeria de arte, apresentação de livros…”
Ainda é um projeto embrionário, mas o plano municipal para o edificado a adquirir passa por lhe dar um uso “cultural” numa zona que está desprovida de atividade e para a qual existe o propósito de a revivificar. “Para introduzir a dinâmica que temos na Casa das Artes, é essencial ter o café a funcionar, sendo objetivo da Câmara concessionar o espaço a particulares. O piso de cima, pelo menos numa fase inicial, deverá ser destinado a uma galeria municipal de arte, a espaços de pensamento artístico e à apresentação de livros”, adiantou o presidente do Município.
Projetos a conectar para captar financiamento
Fora os arranjos exteriores e a substituição de coberturas no edificado, o espaço interior do Cineteatro Alameda vai absorver a fatia de leão do investimento, em virtude das questões técnicas inerentes ao palco (luz e acústica) e à disposição da plateia. “Se conseguirmos ligar os dois projetos [Cineteatro e dinamização da atividade cultural no bloco acoplado], será mais fácil expandir a candidatura e, aumentando o volume de investimento, redobra a possibilidade de lograrmos um incremento do montante de comparticipação, até porque o edifício é o mesmo. Num futuro não muito longínquo, poderá ocorrer o reforço de verbas para este tipo de candidaturas”, conjetura João Manuel Esteves.
Noutro plano, em estreita relação com a futura Plataforma Criativa de Arcos de Valdevez e as Oficinas de Criatividade Himalaya, está a ser pensado “deslocar os serviços da Divisão Sociocultural, que se encontram sediados na Casa das Artes, para o espaço Alameda, um equipamento central no futuro mapa cultural, que acrescentará valor ao Campo do Trasladário através da dinamização de espetáculos, exposições e atividade artística”, justifica o autarca social-democrata.
De referir que o concurso púbico para a execução de obras no Cineteatro Alameda já foi aberto no mês findo.
A.F.B.