Depois do despedimento de largas dezenas de trabalhadores na Coindu de Padreiro Salvador, em novembro de 2023, há novo despedimento coletivo, desta feita “abrangendo mais de três dezenas de trabalhadores naquela unidade, como parte de um plano de reestruturação”, acusa o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA). Ao todo, considerando também a unidade produtiva de Joane, são “afetadas 115 pessoas”, avança o sindicato.
Para o SIMA, “este contínuo agravar da situação da Coindu de Padreiro Salvador, recorrendo a consecutivos despedimentos coletivos, é motivo de preocupação, porque em causa está o futuro da unidade e dos seus trabalhadores”.
“Esta empresa tem um valor estratégico muito grande para a região em que está situada, e este continuo recurso a despedimento coletivo requer a urgente a intervenção das estruturas como o IEFP para avaliar a qualificação ou requalificação dos trabalhadores., assim como do Ministério do Trabalho. Estes processos não podem continuar sem a presença destas estruturas”, defende o SIMA, reclamando “uma estratégia para estes trabalhadores, de modo a avaliar a possibilidade de integração”.
Angústia dos trabalhadores
Entretanto, alguns trabalhadores despedidos pela Coindu de Padreiro (que, segundo apurou este jornal, terá salvaguardado os direitos dos seus ex-colaboradores), depois de frequentarem ações de formação, foram recrutados pela Nosco Couture (parque empresarial das Mogueiras), mas, devido a operações não concretizadas, os mesmos acabaram dispensados ao fim de escassas semanas.
No atual contexto de crise, é grande a angústia dos trabalhadores na faixa dos 50 anos, para os quais não será fácil voltar a conseguir emprego, pois o mercado de trabalho valoriza cada vez menos a experiência profissional e a maturidade, preferindo contratar jovens ativos com salários mais baixos.