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Escola fechada a cadeado no dia 15 de novembro Greves consecutivas à sexta-feira desesperam pais que reclamam “mais funcionários” para a escola de Távora

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Os pais e encarregados de educação fecharam a cadeado a Escola Básica Padre Himalaya (Távora Santa Maria) em luta contra a falta de auxiliares, na sequência da greve nacional convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP). A maioria dos pais só desmobilizou depois de os Bombeiros terem cortado o cadeado do portão principal da escola.

O dia 15 de novembro foi mais uma “jornada” de greve dos assistentes operacionais (e também de alguns professores) na escola de Távora, onde não houve aulas (assim como no centro escolar de Sabadim). Os pais entendem as reivindicações do pessoal não docente e reclamam “mais funcionários para uma escola melhor”, tendo manifestado essa necessidade à diretora do Agrupamento de Escolas de Valdevez (AEV) e à vereadora da Educação. Desde o arranque do ano letivo 2024/2025 “só houve aulas a uma sexta-feira na escola de Távora”.

As encarregadas de educação que se concentraram junto ao portão da escola, assim como o presidente da Junta de Távora, reafirmaram a escassez de recursos (auxiliares), receando pelas aprendizagens dos alunos devido às greves consecutivas, e muitas das mães, forçadas a faltar ao trabalho para ficarem com os filhos, queixaram-se de “mais um dia perdido”, ao mesmo tempo que pediram uma “solução urgente para resolver o problema”.

A “sobrecarga [dos assistentes operacionais] é real, queremos, por isso, mais funcionários para uma escola melhor”, esta foi a ideia-chave que os pais quiseram transmitir nos cartazes afixados à entrada da instituição. Pelo “respeito” que a Educação merece e pela “segurança” dos alunos, os encarregados de educação são de opinião que esta escola tem de “crescer em número de funcionários”.

Dos 17 assistentes operacionais adstritos à Escola Básica de Távora, “só 12 têm estado a trabalhar (há cinco de baixa), quando são necessários vinte, até porque há vários alunos com necessidades educativas especiais”, alerta Isabel Carvalho Araújo. Mas, afinal, “por que razão há falta de auxiliares e há greves na Escola Básica de Távora, e o mesmo não acontece na escola sede, onde, ao que parece, existem funcionários em número suficiente?”, questionaram várias encarregadas de educação.

Em resposta, a diretora do AEV frisou que “na escola sede, em trinta anos, só houve dois dias de greve dos funcionários. Ao invés, em Távora, com ou sem razão, quando há greve, os auxiliares fecham a escola. Aliás, as escolas de Távora, Sabadim e a Escola Básica Prof. António Melo Machado fecham sempre quando há um pré-aviso de greve. É uma prática e uma questão de princípio entre o pessoal mais jovem que se organiza. A escola sede é a unidade que tem o pessoal não docente mais envelhecido, são pessoas que, por norma, não fazem greve”, comparou Anabela Araújo, acrescentando que “a falta de pessoal na escola de Távora resulta do facto de vários funcionários estarem de baixa, um direito que lhes assiste, tal como o da greve”. 

Já a vereadora da Educação comunicou que estão a ser agilizadas medidas que “requerem algum tempo” até à sua implementação. “Vai haver um aumento do pessoal não docente, quer dos contratados, quer do número de lugares no mapa do pessoal, além do reforço das candidaturas ao Centro de Emprego. Estas soluções são as únicas possíveis e não são imediatas, porque não podemos substituir ninguém em dia de greve”, ressalvou Emília Cerdeira, que se manifestou “solidária” com a comunidade educativa.

Para responder às “necessidades identificadas”, o Município abriu concurso para 22 lugares no quadro do pessoal não docente, pelo preço base de 293 mil euros, podendo, a partir de 2025, e com essa dotação de recursos humanos, fazer substituições sempre que os funcionários se reformarem ou se desvincularem. 

A.F.B.

Testemunhos

 

“Queremos mais funcionários”

“Uma escola sem funcionários é uma escola sem futuro. Nós entendemos as razões da greve dos auxiliares [que lutam por melhores condições], mas, para resolver o problema, queremos mais pessoal não docente. Há disciplinas com dois tempos semanais que coincidem justamente com o último dia útil da semana e cujas matérias não estão a ser lecionadas”.

Encarregadas de educação

 

“Já apresentámos medidas para ter mais funcionários”

“O recrutamento de pessoal não docente é difícil. Ou não aparecem candidatos ou os que aparecem não reúnem as condições. Já apresentámos medidas tendentes ao aumento do número de lugares no quadro do pessoal e ao reforço do contingente de contratados. Percebo que os pais estejam preocupados com as greves à sexta-feira e com o encerramento da escola, situação que tem implicações na sua vida profissional. Mas os funcionários têm direito à greve”.

Emília Cerdeira, vereadora da Educação

 

“Direito à indignação”

“Os pais têm todo o direito de mostrar a sua indignação, mas muito admirada fico quando já houve uma reunião entre a Associação de Pais, a Câmara e a Direção do AEV, no passado dia 8 de novembro, e, nesse encontro, houve vontade das partes de se entenderem relativamente à falta de pessoal, pelo que é com surpresa que hoje [15 de novembro] os senhores [encarregados de educação] se apresentam aqui numa manifestação!”

Anabela Araújo, diretora do AEV

 

“Problema resolúvel”

“A falta de assistentes operacionais é, efetivamente, um problema que se tem agudizado nos últimos anos, mas estamos convictos de que, em conjunto com a Câmara e a Direção do AEV, o mesmo será resolúvel”.

Armando Pereira, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação do AEV

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