Dos melhores anos de sempre. Ao todo, 74 alunos do Agrupamento de Escolas de Valdevez (AEV) foram colocados em instituições do ensino superior público, só na primeira fase do concurso nacional de acesso, à qual se candidataram 78 alunos que concluíram em 2023/2024 o 12.º ano no referido Agrupamento, o equivalente a uma taxa de 94,9 por cento. A estes juntam-se outros 22 estudantes que não frequentaram o AEV ou que concluíram os estudos secundários em anos letivos transatos no mega-agrupamento de Arcos de Valdevez. Em termos globais, considerando os 100 alunos candidatos, ficaram colocados 91 (91 por cento) em instituições universitárias ou politécnicas. Há um ano, na mesma primeira fase, candidataram-se 100 alunos, 89 dos quais entraram no ensino superior.
Segundo os dados fornecidos ao NA por Anabela Araújo, diretora do AEV, a propósito da primeira fase do concurso nacional de 2024, é de registar que 48 alunos (53 em 2023) ficaram colocados na primeira opção de candidatura e 22 na segunda opção. Por outro lado, dos 24 alunos que apresentaram candidatura na segunda fase, apenas um estudante não conseguiu ingressar no ensino superior. De referir ainda que, dos nove alunos não colocados na primeira fase, três deles ficaram colocados na segunda fase.
Confirmando uma tendência que se tem vindo a consolidar, mais de 50% dos estudantes colocados ingressaram em universidades clássicas e em cursos de elevada exigência: Gestão (7 alunos), Engenharia e Gestão Industrial (5), Engenharia Informática (5), Economia (5) e Ciências da Comunicação (5).
Já as instituições com mais alunos colocados foram a Universidade do Minho (19 estudantes), o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (15), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (10), a Universidade do Porto (9) e a Universidade de Coimbra (4), além da Universidade de Lisboa, da Universidade de Aveiro e da Universidade Nova de Lisboa.
“Os alunos de mérito do AEV com média final de curso, do ensino secundário, igual ou superior a 18 valores, escolheram os cursos de Engenharia e Gestão Industrial, Engenharia Mecânica, Gestão, Ciências da Comunicação, Línguas e Relações Internacionais, Arquitetura, Artes Plásticas e Engenharia Biomédica”, especifica Anabela Araújo. De acordo com uma realidade abrangente, os resultados da primeira fase de acesso ao ensino superior mostram que os cursos de Medicina estão a perder atratividade para as engenharias e tecnologias de ponta, bem como para o curso de Gestão.
Das disciplinas sujeitas a exame nacional, as que registaram a melhor classificação interna final (CIF) no AEV foram Geometria Descritiva A (15,8 valores), Desenho A (15,6), Filosofia (15,5) e Física e Química A (15,2) e Matemática A (14,64). Ao contrário, as disciplinas com pior CIF foram Economia A e Geografia A, com 12,8 valores e 13,6 valores, respetivamente.
Quanto aos resultados obtidos nos exames nacionais destacaram-se, com melhor média, as disciplinas de Desenho A (15 valores), Economia A (14,1) e Matemática A (13,4). Em sentido inverso, a média mais baixa no AEV está associada à disciplina de Biologia e Geologia (8,4 valores), espelhando a dificuldade dos alunos que se submeteram a exame nesta área estruturante das ciências, seguindo-se a disciplina de Filosofia (9 valores), campo de conhecimento que estuda o saber através da análise racional.
Classificações obtidas superam resultados esperados
Um indicador que retrata com alguma objetividade o trabalho do AEV é o do ranking de superação, no qual a instituição arcuense tem ocupado lugares de relevo a nível nacional, em virtude de as classificações obtidas pelos alunos do secundário nos exames nacionais suplantarem os resultados esperados, tendo em conta a vulnerabilidade socioeconómica de parte representativa da população escolar de Arcos de Valdevez, bem como as baixas habilitações académicas dos encarregados de educação, com uma franja importante destes a possuir apenas o ensino básico.
A.F.B.
