Arcuense Luís Garcia “nega terminantemente a prática de assédio sexual” a médica no Hospital de Ponte de Lima
O enfermeiro Luís Garcia foi aprovado pelo Conselho de Ministros para o cargo de enfermeiro diretor do novo Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), no passado dia 30 de janeiro, confirmando-se a informação que já circulava há algum tempo no meio.
Mas dois dias antes uma médica fez denúncia de assédio sexual em contexto laboral e terá formalizado queixa na PSP. A Administração, quase a cessar funções, retirou a médica de imediato do Serviço de Urgência Básica no Hospital Conde de Bertiandos (Ponte de Lima) e abriu, no dia 30 de janeiro, um “processo de inquérito interno com caráter de urgência” para apurar a situação. Contactado pelo NA, o enfermeiro Luís Garcia remeteu explicações para os advogados Luís Galvão Domingues e José Albano Domingues.
Os representantes legais do enfermeiro de Vilela, em comunicado, afirmam que, “tendo tomado conhecimento, através da comunicação social, da revelação pelo Conselho de Administração da ULSAM de que o enfermeiro diretor [Luís Garcia] designado pelo Governo para o novo Conselho de Administração da ULSAM está a ser alvo de um inquérito por assédio sexual em contexto laboral, cumpre dizer que o nosso representado é enfermeiro desde 1993, exercendo esta profissão sempre com zelo, integridade e respeito pelos utentes e profissionais que com ele colaboraram. Toda a progressão conseguida durante a sua carreira derivou, exclusivamente, do seu trabalho e sacrifício”.
Acrescentam os causídicos que “o visado nega terminantemente a prática de quaisquer atos que possam consubstanciar a prática de assédio sexual em contexto laboral”.
De acordo com os advogados, Miguel Garcia “estranha o momento de divulgação da referida revelação levada a cabo pelo Conselho de Administração, um dia após a sua designação para o novo Conselho de Administração da ULSAM”.
De acordo com os advogados, o enfermeiro Miguel Garcia “desconhece a instauração de qualquer inquérito interno por assédio sexual em contexto laboral, para o qual nunca foi notificado”.
Em declarações à SIC, Luís Garcia, acerca da denúncia, disse tratar-se de uma “cabala”, sem qualquer ponta de fundamento. “Sempre fui íntegro, transparente e coerente, e, portanto, perante estas insinuações – que são uma cabala – ponho o meu lugar à disposição neste momento [30 de janeiro]. Isso é ponto assente”, garantiu. Segundo o DN, Luís Garcia já terá colocado o lugar à disposição da tutela e a ministra Ana Paula Martins deverá aceitar a decisão do enfermeiro arcuense e nomear outra pessoa.
Entretanto, segundo o comunicado do Conselho de Ministros de 30 de janeiro, o novo Conselho de Administração da ULSAM, que estará em funções por um período de três anos, será presidido por José Cardoso, que substituirá João Porfírio Oliveira, enquanto Maria Helena Leite Ramalho foi indigitada diretora clínica para a área dos Cuidados de Saúde Hospitalares, António Nelson Gomes Rodrigues designado diretor clínico para a área dos Cuidados de Saúde Primários, Lúcia Silva Marinho nomeada para o papel de vogal executiva e o referido Luís Garcia escolhido como enfermeiro diretor.
