Valorização de património Romanização do Vale do Vez – Alto da Pedrada e castro de Eiras

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A romanização do Vale do Vez, aplicado aos sítios arqueológicos do Alto da Pedrada (serra de Soajo) e do castro de Eiras, é um projeto a desenvolver no âmbito do POCTEP (programa europeu que apoia projetos de cooperação entre entidades de Portugal e Espanha), com uma linha de financiamento de 80%, e resulta de uma iniciativa colaborativa, que envolve também os concelhos de Ponte da Barca, Melgaço, Montalegre e alguns municípios da Galiza. O projeto – que prevê um investimento municipal de 49 900 euros a desembolsar durante dois anos – visa alargar o conhecimento da ocupação romana em Terras de Valdevez, sendo o “concelho arcuense aquele que possui mais sítios arqueológicos identificados com ocupações militares no Alto Minho”. 

“É um projeto transfronteiriço que procura fazer um estudo exaustivo da presença militar e ocupacional no período romano no nosso território”, disse o chefe da Divisão de Desenvolvimento Sociocultural do Município arcuense em reunião de Câmara no mês findo.

“Esta iniciativa vem na senda de um trabalho financiado pelo Município no Alto da Pedrada, do qual resultou a sua divulgação nacional e internacional”, acrescentou Nuno Soares.

Este projeto, que contempla uma nova campanha no Alto da Pedrada, vai permitir fazer as datações, através das quais poderemos aceder a “dados importantes sobre o período de construção e utilização deste espaço”.

Por outro lado, fazendo uso de equipamentos mais recentes, “serão efetuados estudos com vista a apurar possíveis ocupações que possam ter existido, desenvolvendo estratégias para futuras intervenções cada vez mais dinâmicas”.

Supletivamente, o castro de Eiras, um sítio proto-histórico, é considerado “um dos castros mais importantes, talvez o mais relevante de todo o Vale do Vez, com referências remontando há cem anos e com materiais arqueológicos contextualizados por Félix Alves Pereira. Esta é uma oportunidade para intervir no castro de Eiras, depois do trabalho de limpeza profunda e de uma operação por meio de georadar e de magnetometria para fazer uma leitura das esculturas”. 

Recorde-se que os arqueólogos José da Silva Ferreira e Armando Ferreira da Silva são coautores de um trabalho de investigação relativo ao balneário castrejo atribuído ao castro de Eiras/Aboim das Choças. O artigo publicado na revista Al-Madan (de Almada) é de vincada importância no que diz respeito à “original e verdadeira localização” do balneário.

Segundo Nuno Soares, “tanto para o Alto da Pedrada como para o castro de Eiras, está previsto o desenvolvimento de informação gráfica nos respetivos locais, além da promoção de conteúdos digitais, em articulação com o Espaço Valdevez. Todos os dados que forem reunidos serão vertidos na criação de um website e de uma carta arqueológica”. 

De referir que o investimento de 49 900 euros, além das limpezas, inclui despesas com equipas arqueológicas formadas até 15 intervenientes, uma equipa científica e uma equipa interdisciplinar.