O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses volta a analisar a saúde financeira das 308 câmaras nacionais, tendo por base um estudo relativo ao exercício económico de 2023.
À luz do documento lançado no mês findo, o Município de Arcos de Valdevez, pelo terceiro ano consecutivo, apresenta um resultado líquido negativo de 1 666 716 euros, valor mais elevado do que o registado em 2022 (-637 533 euros).
“Tivemos, em 2023, a maior execução [de despesa] de sempre do Orçamento Municipal, 31,1 milhões de euros, mais 3,2 milhões do que em 2022, e uma execução orçamental de 94%”, realça o edil João Manuel Esteves.
Por outro lado, Arcos de Valdevez foi o 41.º município nacional a apresentar uma descida mais significativa do montante do passivo exigível em 2023, com 1 137 683 euros, o melhor registo do Alto Minho. A dívida bancária, por conta de empréstimos, foi amortizada em cerca de 500 mil euros, cifrando-se o endividamento em 3,8 milhões em finais de 2023.
Ainda com base nos documentos de prestação de contas, o Município de Arcos de Valdevez posicionou-se, no ano em referência, no primeiro lugar do ranking distrital e terceiro (a par de Sintra) na lista nacional das edilidades que apresentam menor peso das despesas com pessoal (no caso, 18,5%) relativamente aos encargos totais.
Outro indicador de vincada importância é que o Município de Arcos de Valdevez teve 23,2% de receitas próprias em relação às receitas totais, o que evidencia uma grande dependência das transferências para o equilíbrio do seu orçamento, já que estas receitas (transferências) equivalem a 76,8% das receitas totais.
No ranking global dos municípios com melhor gestão financeira Arcos de Valdevez está fora do top 100, ao contrário de Ponte de Lima e Vila Nova de Cerveira, os únicos do distrito de Viana do Castelo posicionados nesse patamar, sendo ambos no índice geral os que apresentam melhor pontuação global, com 1258 e 942 pontos, respetivamente.
Constata-se, por fim, que o Município de Arcos de Valdevez inverteu a tendência de decréscimo populacional, tendo passado de 20 693 residentes em 2022 para 20 859 domiciliados em 2023, um aumento de 166 indivíduos, graças ao saldo migratório positivo, compensando, assim, o saldo natural negativo.
O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2023 pode ser consultado online.
A.F.B.