O comportamento do monte ao fogo

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Depois de grandes incêndios florestais, o comportamento da natureza reflete o cuidado que se tem ou não com a manutenção dos espaços. 

Na área verde (com predomínio de folhosas), as urzes eram esparsas e baixas, e a erva abundante. Na área da cor cinza, o urzal era denso e alto, com uma grande massa de combustível fino próximo do solo. No verde, o fogo poupa as sementes, não entra tanto no solo e a erva desponta rapidamente com as primeiras chuvas. As folhas verdes convertem a luz solar em biomassa, protegem a terra e alimentam os animais. 

Na zona cinzenta, a vegetação foi calcinada pelo fogo e o solo fica desprotegido, sendo que muitos nutrientes foram arrastados pela água das chuvas, desfazendo boa parte da matéria orgânica do solo que se esvaiu na forma de dióxido carbono, um gás com efeito de estufa. A rebentação do verde é lenta e, se não houver uma intervenção preventiva, a vegetação será dominada por musgos e pelo nascimento espontâneo de plantas exóticas, sem interesse, geradas por sementes arrastadas pelo vento. 

Para ter os montes verdes, produtivos e diversos em paisagens com elevado risco de fogo de verão, segundo os técnicos, “é urgente controlar os combustíveis finos com pastoreio e fogo controlado”. O mato não pode crescer acima do meio metro e o solo tem de estar bem cuidado para que a biodiversidade e a produção de riqueza sejam devidamente salvaguardadas.