No momento em que escrevo, devido ao atraso dos votos dos emigrantes, o resultado das eleições legislativas ainda não está fechado. No entanto o senhor Presidente da República recebe os partidos e dá mesmo como oficial a vitória da AD, liderada pelo PSD, partido da simpatia de Marcelo Rebelo de Sousa. E isto não quer dizer que os resultados não estejam certos, mas é estranha a rapidez com que Sua Excelência decide, mesmo sem o apuramento final do escrutínio.
Mas quaisquer que sejam os resultados finais, só a grande votação no Chega constitui a surpresa do referendo. As restantes votações são normais, dado que o PS andava na mira de todos os sindicatos, isto já para não falar na luta dos agentes da GNR e da PSP. O PS no poder parece dar aos eleitores a ideia de que tem o dever de dar solução a todos os problemas. Não é verdade, mas a verdade é que o PS nunca tirou nada a ninguém, ao contrário do que aconteceu nos governos de direita, cabendo agora aos eleitores esperar docilmente pelas soluções e ajudas que o novo poder não deixará de providenciar.
Mas nunca será excessivo referir que António Costa deixa o poder com as contas certas, inflação abaixo dos níveis europeus, excedente orçamental para ajudar a financiar grandes projetos como o futuro aeroporto, o comboio de alta velocidade, a modernização do sistema universitário que atrai cada vez mais estrangeiros. E o turismo de eleição que oferecemos ao mundo, o trunfo da segurança e o prestígio internacional com portugueses a ocuparem altos cargos, uma realidade só possível porque o PS existe e no seu seio estão as maiores figuras da nossa sociedade intelectual e científica.
Entretanto, vamos esperar pelas promessas eleitorais dos partidos da direita, que, em teoria, tudo fazem e prometem, mas que falham sempre no desenvolvimento sério do nosso país. Mas como há quem diga que milagres existem, vamos esperar que a boa-fé dos eleitores não volte a perturbar ainda mais o QI dos portugueses…
Os jovens empresários…
Manuel Serrão, o homem que dirigiu empresa anteriormente gerida por seu pai, anda agora a contas com as autoridades, sendo suspeito de fraudes na obtenção de fundos comunitários. Manuel Serrão é o mesmo personagem que adquiriu a Casa do Requeijo à Camara Municipal, cuja compra foi “palco” de grandes disputas com uma empresa local, que considerava ter direito à posse, mas que o Município acabou por acordar com a discordante a sua posse definitiva. Depois aconteceu a sua venda à ANJE, que prometeu obras de vulto ao Município, com a promessa da atração de grandes eventos artísticos para Arcos de Valdevez, que, segundo julgo, nunca aconteceram. À época, era eu deputado municipal pelo PS, e, nessa qualidade, acompanhei o processo. Dito isto, a corrupção não é um exclusivo dos políticos.
- Peixoto