O público correspondeu em número elevado. Desta vez tivemos a impressão de que haveria Carnaval nos Arcos e que os “reis” escolhidos, como é seu dever, fariam com que o público se integrasse no “reino”. De Espanha, ali de uma das aldeias do outro lado de Monção, ainda tentaram com a conhecida irreverência espanhola, animar a malta. Mas o público continuou apático, assistindo por obrigação e aguardando coisa melhor, onde a alegria, mesmo que passageira, os animasse.
Mas quero aqui fazer uma referência, e esta bem arcuense. Na noite do dia 2 de março, tive a satisfação de constatar que o bom gosto e a boa arte também aqui moram. Uma dezena de jovens senhoras apareceu espontaneamente no DNA, espalhando alegria com trajes de tão bom gosto e de um comportamento pleno de urbanidade, que, em qualquer parte do mundo, sem exagero bairrista, ou mesmo nacional, dignificariam Arcos de Valdevez.
Pena que este excelente grupo de carnavalescas com muita arte não possa vir a ser um dia o espelho do Carnaval de Arcos de Valdevez. E com a mesma sinceridade que os futuros Carnavais da nossa terra deixem de ser orquestrados pela Folia. Aí todos ganhariam….
O autarca que se acha importante…
Poucas vezes assisto às sessões da Assembleia Municipal Arcuense, embora por lá já tenha andado vários mandatos na condição de deputado municipal. Mas o Notícias dos Arcos na sua função de informar a sociedade arcuense está lá sempre presente, como também é seu dever. Um dia já bem remoto, mas nunca esquecido, informei este jornal que “no concelho de Arcos de Valdevez só um presidente de junta cobrava indevidamente atestados de vida e de residência aos nossos emigrantes”. E esta informação, real e devidamente comprovada por três recibos dos lesados, foi motivo para o ainda autarca (e deputado por inerência) Rui Aguiam apresentar uma queixa no Tribunal contra mim. Ambos fomos solicitados a comparecer em horas aproximadas perante o Delegado de Justiça. Eu levava comigo os três recibos assinados pelo queixoso, com os valores ilicitamente cobrados e que me ilibaram de qualquer tipo de responsabilidade. Ele, crente de que me iria impor um castigo, ficou tão atrapalhado que acabou por me deixar pena.
Enfim, há pessoas que, talvez por se julgarem importantes, continuam a exigir clarificação dos adversários políticos nas suas intervenções, mas sempre através do ‘seu’ presidente, João Manuel Esteves, no caso se no Centro de Saúde de Arcos de Valdevez (CSAV) existiam milhares de arcuenses sem médico de família. E a resposta foi-lhe fornecida com os números reais já mencionados por este jornal, assim como os motivos da não abertura de vagas no CSAV, citando-se nestas páginas profissionais de saúde e o próprio presidente cessante do Conselho de Administração da ULSAM. Independentemente dos utentes que não têm médico de família atribuído, o que sei é que todos – desde médicos até pessoal de enfermagem, passando pelos assistentes operacionais e serviço de limpeza – são atenciosos e competentes. O resto…
Aberrações políticas…
António Costa, ex-primeiro ministro, ocupa na Europa o maior cargo político (presidência do Conselho Europeu) de que os portugueses esclarecidos se podem orgulhar. António Guterres, também ex-primeiro ministro de Portugal, igualmente do Partido Socialista, é – simplesmente – o secretário-geral das Nações Unidas. São portugueses e socialistas estas notáveis figuras de origem lusitana. E Portugal muito lhes deve. Mas não quero deixar de aqui referir Mário Centeno que também se destacou à frente do Eurogrupo, também ele socialista.
E isto faz-me pensar que para governar Portugal só mesmo esta gente e com este pensamento será capaz de fazer mais e melhor. Do outro lado, é o estrebuchar da mediocridade, com Luís Montenegro, ou sem ele, porque, depois de Rui Rio, é tudo mais do mesmo. E foi a mediocridade do PSD que o mandou embora, porque foi sempre um homem duro, mas sério. E na política duas coisas são necessárias: capacidade e honestidade.
- Peixoto