Anuncia-se o progresso da nossa terra, fala-se na sua prosperidade. Pede-se o regresso dos emigrantes, sem as garantias a que eles têm direito, ou mesmo sem qualquer tipo de garantia desde que há mais de vinte anos regressei do Brasil. Mas eu sempre fui um privilegiado…
Neste debate, é preciso considerar duas coisas: primeiro, os salários no estrangeiro, especialmente na Europa, são muito superiores aos de Portugal. Mas aqui, pelo menos enquanto o SNS for de graça e o custo de vida um dos mais baixos da Europa, qualquer tipo de comparação é impossível. E esta parece-me a condição que todos devem considerar.
Mas há mais! Leio no Notícias dos Arcos, número 790, de 7 de agosto, que o Instituto Nacional de Estatística nos apresenta esta dolorosa realidade: Arcos de Valdevez não só está abaixo da média em pobreza a nível nacional como no distrito de Viana do Castelo, onde só Ponte da Barca, coisa natural, está abaixo de nós. Em suma: somos os pobrezinhos mais carenciados do nosso país… Dito isto, na Administração até há boa gente, mas ou estão no partido errado, ou então o deles não ajuda a ninguém…
Os trambiques…
O nosso mundo anda cheio de trambiques, tendo como “porta-bandeira” Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos. São decretos para todos os males, como se um tresloucado pudesse só por si considerar-se dono do mundo! São imigrantes que, depois de dezenas de anos, se veem forçados a regressar à origem, incluindo os filhos americanos. São taxas alfandegárias que violam todo o sistema já existente, aumentando o custo de vida e as dificuldades de quem tem de o aturar; são mentiras do faz e desfaz de todos os dias. É ainda o provável espoletar de ogivas nucleares, onde só o Espaço escaparia. Enfim, é o resultado de um povo desinformado que elege um cowboy desta espécie.
Secretismo no PSD local…
Já decorreram as eleições da Concelhia social-democrata, mas o processo eleitoral foi dominado pelo secretismo. O silêncio sobrepôs-se ao debate, que não houve porque o PSD não o promove. Os funcionários da Câmara e da Santa Casa que são militantes do partido no poder tiveram papel determinante na escolha. E nem quero aqui referir-me a certos presidentes de junta que, esquecendo as carências das suas freguesias, votam sempre no “Partido da Setinha”.
Já o Partido Socialista parece apresentar-se com mulheres e homens jovens às eleições autárquicas, verdadeiros idealistas, profundamente interessados nos verdadeiros interesses da população arcuense. E, como em tudo que nos rodeia, se não escolhermos os melhores, andamos, hoje e amanhã, a marcar passo… E tudo isto acontece nos Arcos, antes e depois da liberdade dos votos livres e democráticos…
- Peixoto