O 25 de Novembro de 1975 polariza sempre divisões, diferenças de opinião e omissões, tanto no passado como no presente, e a Assembleia Municipal (AM) de 29 de novembro foi disso um pequeno exemplo.
Reza a História que o 25 de Novembro de 1975 foi uma “tentativa de reconciliação e estabilização política”, com uma “intervenção militar liderada pelo general Ramalho Eanes, que procurava restaurar a ordem e evitar uma possível deriva para a esquerda radical”. A data assinalou o “fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC)” e o “início da democracia representativa em Portugal”.
Com exceção do PCP, todos os partidos com assento na AM evocaram a data. “É com orgulho que o PS se conta entre aqueles que, inequivocamente, são reconhecidos como vencedores do dia 25 de Novembro e também se conta entre aqueles que compreenderam desde cedo – e até hoje – que a reconciliação nacional começava ali, superada que estava a ameaça de guerra civil”, regozijou-se o deputado socialista Rogério Correia, aclamando “a vitória da esquerda democrática no 25 de Novembro, nos cem anos do nascimento de Mário Soares”, aniversário que se comemora a 7 de dezembro.
Mas para António Teixeira Rodrigues, do PSD, “o 25 de Novembro foi a vitória dos moderados contra as extremas (particularmente contra a extrema esquerda), não é da esquerda contra ninguém”, por isso, “na passagem dos 49 anos do 25 de Novembro, não há lugar para a divisão nem para o propósito de inibir quem quer festejar a liberdade, porque Novembro é a concretização dos valores de Abril, Novembro é a coragem militar quando precisamos da coragem militar e é a coragem política quando precisamos da coragem política. Novembro é isto, e não há outro! Novembro é a liberdade, deixemos que se festeje a liberdade”, arguiu o porta-voz da maioria.
O deputado António Faria, do CDS, viveu o acontecimento e guarda dele boas memórias. “Mais do que um episódio histórico, o 25 de Novembro é um símbolo da nossa maturidade como nação e do nosso compromisso com os princípios da liberdade e da estabilidade. Esse dia pôs fim a um processo de radicalização que ameaçava destruir a nossa democracia nascente e representou a vitória de uma força moderada e responsável, lembrando-nos que a liberdade é um bem precioso que exige vigilância e coragem. O CDS sempre reconheceu o significado desta data para o país, não como um marco que selou o fim da ditadura do Estado Novo, mas como a data que abriu as portas à democracia tal como a conhecemos”, defendeu o líder da bancada do CDS.
Notas da Assembleia Municipal
“Orçamento prejudica as freguesias”
Para o presidente da Junta de Távora, “o Orçamento Municipal (OM) é muito mau e, uma vez mais, prejudica grandemente as freguesias. Há um aumento de 25% no OM, mas para as juntas o incremento é de apenas 7,5%, o equivalente a 2500 euros. É um orçamento de propaganda para gastar em certos eventos, enquanto as freguesias estão uma vergonha”, sentenciou António Maria Sousa.
“Monitorizar ecovias nos temporais”
O deputado Fernando Fonseca, do CDS, advogou “a criação de equipas de monitorização para reforçar o nível de vigilância e manutenção das ecovias sempre que há intempéries”.
“Ecovias sorvedouros de recursos”
Para Elsa Esteves, “em consonância com os alertas do PS, a aposta em ecovias ribeirinhas, na sua grande maioria sobrelevadas em estruturas de madeira, tem-se revelado um sorvedouro de recursos”.
“Mais auxiliares depois de muita pressão”
Segundo António Maria Sousa, “depois de muita pressão e de oito greves consecutivas à sexta-feira, com prejuízo para alunos e pais, a Câmara lá colocou mais auxiliares na escola de Távora. Mais vale tarde do que nunca!”, gracejou o autarca.
“Aprovação do PDM depende da CCDR-N”
O Plano Diretor Municipal (PDM) “tarda a ser aprovado”, acusou a oposição. O presidente da Câmara justificou-se: “Quem coordena o PDM é a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). A Câmara tem feito todos os esforços para que o PDM seja aprovado o mais rápido possível. Neste momento, andamos a discutir as questões da Reserva Ecológica Nacional e da Reserva Agrícola Nacional”.
“Arrendamento oneroso das Oficinas”
António Maria Sousa defendeu “a entrega das Oficinas (‘Serviços Municipais’) ao respetivo proprietário, porque o seu arrendamento implica um dispêndio mensal superior a 5 mil euros”, sugerindo haver uma “solução fácil” para “desonerar os cofres da Câmara”.
“Trabalhadores meros objetos descartáveis”
A CDU, através da deputada Emília Vasconcelos, visou os propósitos do “grande grupo internacional [Mastrotto], que reforçou a sua quota de marcado e alimentou a sua estratégia de maximização do lucro a nível global à custa de centenas de trabalhadores [da Coindu], sendo estes tratados como meros objetos descartáveis”
“Estrada em mau estado” e “lâmpadas queimadas”
António Maria Sousa queixou-se do “mau estado da EN202 entre Souto e Jolda São Paio. Outra situação que carece de atenção são as lâmpadas queimadas já referenciadas, mas sem regularização. Urge pressionar a EDP”, solicitou o autarca de Távora.