O Alto Minho é no setor da saúde uma das regiões mais subfinanciadas de Portugal. O Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) distribui 117 milhões de euros em equipamentos (medicina nuclear, radioterapia, robôs, radiologias e TAC), mas o distrito de Viana do Castelo vai receber valores minguados e desproporcionados em relação ao resto do país.
O Hospital Distrital de Viana do Castelo (Hospital de Santa Luzia) será contemplado com apenas 1,08 milhão de euros (0,87% do “bolo” total), embora sirva cerca de 2,5% da população nacional – boa parte da verba destinar-se-á à aquisição de aparelho de TAC.
Para se ter uma ideia das discrepâncias, basta dizer que outros territórios similares como Guimarães e Matosinhos vão receber 3 milhões de euros. Enquanto isso, Vila Real arrecada perto de 2,2 milhões de euros e Braga chega aos 9 milhões de euros.
Há dois fatores na origem das reduzidas verbas para a unidade hospitalar distrital. Segundo o médico Defensor Moura, tal se justifica pelo “facto de o Conselho de Administração da ULSAM ter estado, desde 2019, ‘pendurado’ e à espera de ser substituído”. Por tal razão, “poderá não ter sido o mesmo o eventual entusiasmo na preparação das candidaturas”. O segundo fator prende-se com “a falta de envolvimento das autarquias e das chamadas elites locais na luta por melhores condições”, disse o clínico (e ex-presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo) ao jornal A Aurora do Lima.