A problemática dos incêndios florestais, uma das que mais afligem o concelho arcuense, foi objeto de debate na reunião de Câmara de 25 de maio, no período de antes da ordem do dia. Sob interpelação da oposição, o executivo municipal foi questionado sobre “a preparação que está em curso para a próxima época de incêndios”. A grande
novidade na estratégia de combate a incêndios, principalmente no ataque inicial, é a disponibilização de um segundo meio aéreo no Centro de Meios Aéreos (CMA), em Tabaçô.
“Apesar de o tempo ter sido clemente até agora, as previsões são de que o verão pode ser complicado e os incêndios representam uma ameaça constante para o concelho, […] sendo nossa obrigação fortalecer o compromisso com a proteção da nossa floresta e a promoção da consciencialização ambiental”, alertou o vereador João Braga Simões (PS).
Em resposta, a maioria social-democrata garantiu a “adoção de estratégias eficazes de prevenção e combate a incêndios florestais e na proteção do nosso património natural, como a promoção de iniciativas no âmbito do programa ‘Aldeia Segura, Pessoas Seguras’, a exemplo de anos anteriores”, começou por dizer o vereador da Proteção Civil.
Para Olegário Gonçalves, as condições, este ano, encontram-se “otimizadas” em “consonância com as indicações dos Bombeiros, da UEPS [Unidade de Emergência de Proteção e Socorro] e do Comando Sub-Regional do Alto Minho”. “Melhorámos e aumentámos o número de pontos de água para abastecimento de helicópteros no combate a incêndios, com a criação de novos espaços em Prozelo e Sabadim; entrou em funcionamento a terceira Equipa de Intervenção Permanente, da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez; e temos um segundo helicóptero a operar no CMA (heliporto) desde o início de junho. Falta, apenas, concluir a construção do
hangar, bem como executar a pista de aproximação para aterragem dos meios aéreos. Portanto, em jeito de balanço, há o reforço de recursos humanos, de meios materiais e da rede pontos de água (total de 29)”, congratula-se o responsável municipal pela Proteção Civil.
Brigada de Lisboa fortalece dispositivo de combate a incêndios no Alto Minho
A partir de 1 de julho, os meios operacionais de ataque a fogos florestais no distrito de Viana do Castelo serão reforçados com mais 16 bombeiros, da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Beato e Penha de França (Lisboa), ao abrigo da Fase IV do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais. Daqui a cerca de três semanas, a brigada encontrar-se-á em estado de prontidão 24 horas por dia e ficará aquartelada, uma vez mais, nas instalações do Estádio Municipal de Arcos de Valdevez, fazendo com que o dispositivo esteja na sua capacidade máxima para a época crítica.
Desde há alguns anos que esta equipa fica sediada nos Arcos por facilidade de mobilidade, quer relativamente ao distrito de Viana do Castelo, quer relativamente à área do Parque Nacional. A deslocalização de recursos humanos no período crítico é, desde 2017, a resposta encontrada pela tutela para colmatar uma “grave lacuna” em matéria de
voluntariado na região, que se debate com um efetivo escasso em face do número cronicamente elevado de ignições.
Além dos 16 elementos que compõem a referida brigada, o dispositivo do Beato e Penha de França será constituído ainda por vários veículos florestais de combate a incêndios, incluindo veículos tanque, um veículo de comando e um veículo de transporte geral.
Devido à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), “esta brigada vai suspender temporariamente a sua missão no Alto Minho, regressando a Lisboa para esse grande evento, mas, uma vez terminada a JMJ, a equipa estará de volta aos Arcos. Só esperamos é que não haja incêndios”, remata Olegário Gonçalves.
A.F.B.