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Germano Amorim elege “formação”, “creche/centro de dia” e “livro sobre a história” como traves-mestras do “último mandato” à frente dos Bombeiros

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A Assembleia Geral eleitoral, realizada no passado dia 15 de dezembro, reconduziu Germano Amorim à frente dos destinos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez (AHBVAV), cargo que exerce desde 2013 “sem qualquer contrapartida financeira”. 

Na única lista apresentada a sufrágio, Germano Amorim viu renovada a confiança dos sócios, indo continuar a presidir à Direção, sendo de registar o “ingresso de três pessoas com provas dadas no associativismo, nomeadamente Tatiana Marinho, Conceição Gomes e Ângela Codeço. Deste modo, conseguimos regenerar os corpos sociais para este meu quinto mandato, que será o último da minha parte”, antecipa o responsável, que também preside à Federação Distrital dos Bombeiros de Viana do Castelo (FDBVC)

O dirigente reeleito, de 48 anos, revela ao NA que a grande ambição do mandato recém-iniciado “é a aquisição de um terreno no sentido de erguermos aí uma creche ou um centro de dia para amparar os antigos bombeiros, ou então as duas valências. O exercício do direito de preferência em relação ao imóvel que sinalizámos é um entrave ao nosso plano original. Apesar disso, não vamos desistir e é nossa intenção construir de raiz um prédio, na sede do concelho, ou perto deste, até para ampliar a nossa capacidade edificativa”, adianta o advogado. 

A obra de reabilitação (e ampliação) do quartel tem ainda alguns “detalhes” pendentes – “a parte frontal do edifício carece de iluminação” – e, em termos de apetrechamento, estão identificadas necessidades a nível de “material informático”. Já a frota será reforçada com uma viatura florestal de combate a incêndios, a entregar em 2024, mas, na operação de cooperação com o INEM, “a AHBVAV necessita de mais uma ambulância (e de mais pessoal para trabalhar)”. Também “é urgente investir em material de desencarceramento”, pois “o veículo de socorro de apoio tático encontra-se obsoleto, para lá de precisarmos de uma nova viatura urbana de combate a incêndios”. 

A AHBVAB – que reúne menos de mil sócios – emprega diretamente 38 pessoas, mas dá trabalho (prestação de serviços, sobretudo) a setenta pessoas. “Somos uma associação humanitária, mas também somos uma empresa de média dimensão”, considera Germano Amorim. 

Orçamento com “elevada” taxa de execução 

A AHBVAV “goza de uma boa saúde financeira”. No respeitante à despesa, “em finais de outubro, já estavam superadas quase todas as expetativas que tínhamos em temos orçamentais”. Quando à receita, “há matérias em que os valores se mantiveram ou flutuaram um pouco”, diz o presidente da Associação, estimando uma taxa de execução a “rondar os 95%”.

“Urge criar equipas de emergência pré-hospitalar”

A qualidade do serviço é o que move a AHBVAV. “Até ao fim do mês de outubro, efetuámos mais de 3150 serviços, e tivemos de recusar mil serviços de emergência médica (serviços INEM). Precisamos de apostar nesta valência, mas estamos condicionados, uma vez que, neste momento, só temos cinco viaturas disponíveis para serviços INEM. Conforme propus à Câmara, ao Ministério da Administração Interna (MAI), à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a todas as demais entidades, urge criar, a nível nacional, equipas de emergência pré-hospitalar, de forma a repartir as despesas com o INEM e uma terceira entidade, tal como se faz com as Equipas de Intervenção Permanente. Esta medida permitiria aliviar a carga financeira relativa à despesa corrente. Neste momento, temos de pagar a dois bombeiros cada vez que se faz um serviço”.

“Aumento das compensações pela prestação do socorro”

Entretanto, entreabriu-se uma porta para aumentar a receita futura em relação ao serviço INEM em posto de reserva. “A Associação dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos fez um requerimento de injunção contra o INEM no sentido de se cobrar um valor justo pelo serviço praticado. Em sede de primeira instância, a decisão foi favorável aos Bombeiros. A partir disso, esta injunção transforma-se, tecnicamente, numa ação especial de cumprimento de obrigação pecuniária”. 

A AHBVAV tem cerca de 140 mil euros de faturas acumuladas, todas enviadas para o INEM, que, no entanto, recusou o reembolso. “No início do primeiro trimestre de 2024, vamos requerer a injunção do pagamento das faturas correspondentes ao serviço prestado. Cumprindo-se a determinação judicial, teremos uma receita extraordinária que cairá muito bem aos bombeiros”, admite Germano Amorim. 

Palavra de ordem: “formação”

O presidente da AHBVAV reuniu-se recentemente com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) com o objetivo de reforçar a aposta na formação. “Temos três ou quatro salas com valências para esse efeito. O IEFP quer fazer um protocolo com a AHBVAV a fim de ter uma sala permanentemente disponível, ao mesmo tempo que promove a formação para os trabalhadores e os bombeiros da AHBVAV. É uma forma de rentabilizar o espaço, apostando muito na formação e no aperfeiçoamento de competências”, justifica o dirigente. 

Estatuto Social do Bombeiro 

Para o presidente da prestimosa Associação arcuense, “é de inteira justiça criar o Estatuto Social do Bombeiro”. 

“Foi uma promessa que o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez nos fez há três anos. Estamos à espera da sua concretização. Está a menos dois anos de terminar o mandato, com certeza que não sairá com uma mancha dessas. Nós já enviámos a proposta para análise do Município”, frisa o responsável, empenhado em “uniformizar o Estatuto no distrito”. 

Mesmo sem o Estatuto Social, “temos conseguido, ainda assim, manter o corpo ativo dentro dos números aceitáveis, investindo na formação especializada e no material adequado para o desempenho de funções”, regozija-se Germano Amorim. 

Código de Conduta

O ano de 2024 vai trazer como novidade um Código de Conduta carregando valores e códigos de honra/ética que nunca se diluem. “É o conjunto de princípios que norteiam a nossa atividade, nomeadamente os de natureza humanitária, solidária e de igualdade. É uma prática para o interior e para o exterior, considerando aqui os nossos parceiros: ANEPC, INEM, MAI, Ministério da Saúde e Câmara”. 

Equipa especializada para combate a incêndios industriais

A FDBVC apresentou à CIM Alto Minho, com a qual trabalhou em conjunto, o Roteiro Estratégico 2023/2033 na área da Proteção Civil. “Apesar de a CIM nos sonegar informação, tenho de frisar que demos um passo enorme em relação à organização do território, à escala distrital, permitindo-nos identificar o que é que faz falta e onde faz falta. Temos escassez de recursos humanos, físicos e infraestruturais”, aponta o presidente da AHBVAV e da FDBVC.

Questionado sobre “a possibilidade de instalação de uma equipa de combate a incêndios industriais num concelho como o dos Arcos onde há quatro zonas empresariais/industriais”, Germano Amorim observa que “esta valência tem de ser alargada a outros concelhos do Alto Minho, porque uma viatura desta tipologia custa perto de 1 milhão de euros, acarretando ainda elevados custos de manutenção”.  

“Livro sobre a AHBVAV”

A publicação de uma obra acerca da AHBVAV é um objetivo a materializar até 2026. “É uma falha histórica não termos um registo daquilo que é um percurso tão belo desde 5 de maio de 1989 até agora. Temos parte do trabalho de indagação já realizado, mas precisamos de estrutura. Teremos, possivelmente, de contratar alguém para fazer o livro. É um desígnio. A Associação, o concelho e o país merecem-no. Queremos deixar um registo bibliográfico para as pessoas consultarem”, compromete-se Germano Amorim.

A.F.B.

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