Desde que foi inaugurado, em 2003, o IC28 tornou-se rapidamente uma das estradas mais perigosas da região, tendo um histórico de acidentes com várias vidas ceifadas e feridos graves. Depois de mais um verão trágico, o de 2023, o NA procurou saber as razões para tão elevada sinistralidade recolhendo depoimentos de vários utilizadores deste itinerário complementar.
Para Jorge Marques, “o IC28 é uma estrada muito perigosa, é uma obra de engenharia mal feita, pois há locais com duas vias onde de repente se passa para uma faixa”.
Por seu lado, Marco Baptista reclama das autoridades competentes a adoção de medidas. “São necessários radares fixos ou radares de média de velocidade, só assim os automobilistas reduzem a velocidade”. Em sintonia, Nancy Cunha acrescenta que vê “muitos condutores a circular que parecem aviões, há muita gente que não cumpre a velocidade permitida”. Já Fernando Mendes Soares nota que “há automobilistas que fazem ultrapassagens em linha contínua, depois vêm as consequências”.
Falta de consciencialização por parte dos automobilistas é o que Sandra Santos também observa. “Existem pessoas que fazem ultrapassagens perigosas quando há carros que vêm de frente. A maior parte das pessoas anda em excesso de velocidade”, opina.
Já André Gomes defende a “colocação de pinos para não permitir ultrapassagens, evitando, deste modo, a ocorrência de acidentes”.
Preocupado com o índice de sinistralidade, Gil Ferreira diz que “é tempo de refletir, elaborar e assinar uma petição para instalar um separador central ao longo de todo o IC28”.
Segundo o apurado por este jornal, a principal causa dos acidentes no IC28, “a estrada da morte”, deve-se a “excesso de velocidade”. A solução mais óbvia, apontam os especialistas, consiste, justamente, em “colocar separadores centrais”, uma vez que as medidas para reduzir a velocidade (ou o consumo de álcool) são sobretudo de natureza cívica e não produzem resultados imediatos, pois, independentemente da eficácia das campanhas de sensibilização, haverá sempre infratores.