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Sexta-feira, Dezembro 27, 2024
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Empreendimento adquirido em hasta pública por empresa de produtos cosméticos Hotel do Mezio em obras deve reabrir ao público em 2025

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O Hotel do Mezio (Casa do Mezio Aromatic & Nature Hotel) foi adquirido em hasta pública por uma empresa dedicada aos produtos cosméticos que já entabulou interações com um operador do ramo hoteleiro para explorar a atividade turística a partir deste empreendimento com vistas panorâmicas para a serra de Soajo. As obras de recuperação do imóvel arrancaram no mês findo e o objetivo é reabrir a unidade em 2025. 

Para dar um sinal de “apoio”, uma comitiva constituída pelo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, pelo presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, pelo presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, e pelo presidente da Câmara arcuense, João Manuel Esteves, esteve de visita às obras de reabilitação do hotel, no passado dia 2 de dezembro.

“Fomos lá manifestar o nosso apoio, consideramos que é muito importante dar continuidade ao processo de termos um hotel na zona, porque nas imediações há a Porta do Mezio, há o Parque Nacional, há oferta gastronómica, há trilhos… Estivemos a conversar com o grupo de investidores que opera em rede e que percebe a lógica do turismo de natureza enquanto destino de eleição. Estão muito interessados nas relações com a comunidade local, desde logo com as empresas de animação turística existentes na região”, refere o edil de Arcos de Valdevez. 

“Estamos a falar de um setor bastante diferenciado relativamente à nossa oferta de alojamento, é um nicho que procura o turismo sustentável, contemplativo e ativo. Por outro lado, do ponto de vista de mão-de-obra, serão criadas dezenas de postos de trabalho”, adianta João Manuel Esteves. 

Segundo apurou este jornal, a empresa promotora, que vai custear os trabalhos de recuperação da unidade, pretende associar-se a um grupo hoteleiro para explorar a atividade. “A operação turística será desenvolvida por gente capacitada na área da hotelaria, proprietária de inúmeros hotéis, alguns dos quais instalados nas proximidades de áreas protegidas e parques naturais”, nota o presidente do Município. 

 

“Espero que, desta vez, haja uma estratégia que frutifique”

“Na visita que fizemos ao Hotel do Mezio, tive a oportunidade de dizer que o empreendimento ‘não tinha tido sorte com os promotores anteriores’ e que o mesmo ‘esteve demasiado tempo bloqueado por problemas’. Espero que, desta vez, haja uma estratégia que frutifique. O hotel foi construído com o apoio do Estado, depois, houve um estrangulamento e o Estado voltou a acreditar, julgo que agora teremos uma circunstância favorável, mas ninguém possui uma varinha de condão”, ressalva João Manuel Esteves.

 

Unidade hoteleira encerrada há quase sete anos e meio

Encerrado desde agosto de 2017, o Hotel do Mezio foi colocado à venda (leilão online) depois de ter sido declarada a insolvência da empresa Sleepgreen – Turismo de Natureza. O Turismo de Portugal e a Comunidade Local dos Baldios de Soajo eram os principais credores das dívidas de massa insolvente. 

Inaugurada em julho de 2015, a unidade hoteleira, construída com mais de 3,5 milhões de euros de fundos europeus, até previa a duplicação dos 25 quartos existentes, a construção de duas piscinas exteriores e a ampliação do restaurante, de acordo com o projeto licenciado pela Câmara em 2016. Mas, apesar das promessas de “expansão” e de “renovação” por parte do promotor, o Hotel do Mezio nunca viu as obras saírem do papel, tendo o imóvel ficado ao abandono e à mercê de pilhagens. Pelo meio, chegou a ser anunciada a licitação do empreendimento a 21 de maio de 2018, mas tal não aconteceu devido a uma ação que o Conselho Diretivo dos Baldios da Freguesia de Soajo moveu na altura contra o promotor para revogar o contrato, por falta de pagamento das rendas acordadas, facto que ditou o cancelamento, à época, do leilão.

Localizado em Vilar de Suente (Soajo), o Hotel do Mezio surgiu como um investimento estratégico, de interesse turístico e económico para a região. Nos dois anos em que funcionou, o Hotel do Mezio foi, regularmente, notícia por motivos como a inexistência de uma estação de tratamento, a falta de licença de utilização de recursos hídricos (pelo menos, até junho de 2016) e o despejo de detritos para a encosta contígua, facto que levou cidadãos a denunciar a existência de um “atentado ambiental” nas imediações do único Parque Nacional. 

A.F.B.

 

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