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Para superar a concorrência da Galiza Benefícios fiscais ajudam Alto Minho a captar investimento estrangeiro

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A competitividade fiscal e os baixos salários têm sido fatores de atração de empresas estrangeiras e o setor automóvel é aquele que assume um maior peso no mercado da exportação do Alto Minho, região que tem conseguido tirar algum protagonismo à Galiza.

A indústria automóvel analisa opções em Portugal por ser um mercado com recursos qualificados e a baixo custo. Por regra, segundo conta o jornal La Voz de Galicia, os investidores, da primeira reunião com o presidente de câmara, saem com uma “oferta de solo urbanizado pronto a ocupar por 20 euros o metro quadrado [ou pouco mais do que isso], bonificável a 100%, dependendo do volume de contratação de mão-de-obra”. 

Como os portugueses auferem rendimentos mais baixos do que os vizinhos galegos, os investidores “reduzem, logo, o custo salarial em mais de 50% no lado de cá da fronteira”. E em matéria fiscal, os municípios do Alto Minho isentam, na maioria das vezes, os investidores do pagamento de IMT pela aquisição de terrenos e acenam com deduções de até 25% se 10% dos lucros obtidos forem investidos em cada ano. Com este caderno de regalias, “a decisão é fácil”, escreve aquele jornal galego: os investidores optam por Portugal, sendo o Alto Minho a região predileta. 

Exemplos não faltam para o provar. A multinacional francesa Bontaz Centre, do setor automóvel, investiu 25 milhões de euros em Viana do Castelo; a nipónica Howa Tramico, do ramo automóvel igualmente, desembolsou 10 milhões de euros e criou mais de cem postos de trabalho em Viana do Castelo, “quando noutras circunstâncias deveria ter feito o investimento na Galiza, uma vez que a sua fábrica destina 100% da sua produção à Stellantis Vigo”, lê-se no referido periódico.

A francesa Steep Plastique, especializada em acessórios plásticos para o setor automóvel, investiu em 2021 quase 50 milhões de euros e criou 250 empregos na capital do Alto Minho; a norte-americana BorgWarner (referência em soluções limpas energicamente eficientes e com uma aposta firme no fabrico de motores elétricos), com duas unidades na zona de Vigo, investiu 25 milhões de euros e criou mais de trezentos postos de trabalho numa nova fábrica em Viana do Castelo.

Por seu turno, a Eurocast, multinacional francesa de componentes para automóveis, instalou-se em finais de 2015 nos Arcos (parque empresarial de Tabaçô), fruto de um investimento superior a 23 milhões de euros, empregando logo centena de pessoas. A criação de postos de trabalho e o impulso da economia local levaram os órgãos políticos municipais a classificar o projeto como sendo de “interesse municipal”. Também o Plano Diretor Municipal da referida zona industrial foi alargado, permitindo a sua expansão em seis hectares, com o intuito de reduzir o impacto ambiental da edificação. 

Enfim, há cerca de um ano, Portugal desbloqueou o maior parque empresarial do norte do país a escassos 8 quilómetros da Plataforma Logística Industrial de Salvaterra-As Neves (Plisan), que dista 35 quilómetros de Vigo. Trata-se do Minho Park (Monção), um projeto, de 560 mil metros quadrados, que vai receber as primeiras empresas este ano.

O Minho Park foi anunciado, recorde-se, em 2010, como a “nova referência empresarial da Eurorregião”. 

A.F.B.

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