Vivo com muita saudade do meu querido Pai, e, hoje, 19 de março, ainda se aviva mais.
Pouco ou nada me lembro da infância, mas recordo-me bem da nossa vivência adulta, das suas histórias, da sua vida, da sua profissão de comerciante, no lugar do Ribeirinho, freguesia de Parada.
Ele contava que, com 12 anos, fora trabalhar para Lisboa, onde estudou, aprendeu, percorreu ruas e ruas, ficando a conhecer a cidade de fio a pavio.
Aos 16 anos, foi para o Brasil, onde trabalhou em madeiras, e, apesar da sua vida de emigrante, veio casar à sua terra natal.
Cá se fez uma pessoa digna, simpática, amiga de todos os seus fregueses, ricos ou pobres, e educou quatro filhos que, mais tarde, se tornaram todos dignos da educação que lhes foi consagrada e singraram nas suas profissões, graças a Deus.
Ele tinha uma inteligência tão viva e prodigiosa que conhecia tudo e percorria lugares com amor e sensibilidade.
Foi um pai exemplar e, por isso, muita gente ainda o recorda e o evoca como se vivo estivesse.
Morreu com 74 anos, ainda novo, mas a doença não perdoa; nunca o esquecerei, por isso é que o visito regularmente na sua última morada, com todo o amor e tristeza.
Hoje, meu querido Pai, só te posso oferecer uma flor e lembrar-me de tudo quanto me ensinaste.
Obrigada por tudo, as lembranças não se esvanecem ao fim de tantas décadas e, em modos de homenagem, deixo, aqui, um profundo Adeus de Saudade. Um beijo.
Tua filha querida, Celeste Cacho
Trabalho e honestidade
Era a sua devoção
Cumprirei até ao fim
Meu amor do coração
Serafim Cacho